UFC foi vendido na hora certa
A confirmação da venda do UFC pegou a todos de surpresa - principalmente por ter sido apenas um dia depois de um dos eventos mais importantes na história da organização, o UFC 200. Mas basta parar e pensar um pouco para ver que a negociação não foi assim tão surpreendente. Pelo contrário: foi feita na melhor hora possível para os vendedores, os irmãos Fertitta.
O motivo principal é óbvio é o lucro, claro. Como mostramos ontem, Lorenzo e Frank tiveram um lucro de nada menos que 200.000% ao comprar a organização por US$ 2 milhões em 2001 e vendê-la por US$ 4 bilhões apenas quinze anos depois.
E um dos 'segredos' para entender a ideia dos Fertitta é exatamete esse valor de venda. Não só por ele ser absurdamente maior que o de compra - o que, claro, gera esse lucro monstruoso -, mas, talvez principalmente, por ele estar muito perto do ápice daquilo que pode chegar.
É claro que amanhã ou depois pode acontecer alguma coisa e o UFC pode explodir ainda mais. Mas, ao menos como o que temos em mãos hoje, é difícil acreditar que isso pode acontecer.
Veja bem: o UFC atingiu tudo aquilo que poderia. Hoje, é importante nos Estados Unidos, no Canadá, no Brasil e no Reino Unido, mercados para lá de importante. Mais que isso: acaba de conseguir a liberação e vai fazer sua 'estreia' em Nova York no mês de novembro.
Dentro das oito grades, porém, o momento é até que preocupante. As grandes estrelas da organização estão envelhecendo, e a renovação não vinha acontecendo da forma esperada, ao menos em termos de popularidade.
O grande exemplo é o UFC 200. Para salvá-lo, foi preciso apelar primeiro a Brock Lesnar (e pagar caro por isso), um cara que não atuava há cinco anos. E depois a Anderson Silva, que já está com mais de 40 anos. Isso sem falar nas imparáveis especulações da volta também de Georges St-Pierre. Todos nomes que eram grande já no UFC 100 e que não estarão no UFC 300.
Sim, você provavelmente deve estar pensando em Conor McGregor e em Ronda Rousey. Sim, eles são ótimos vendendo pay per view, provalvemente o futuro do UFC.
Mas isso também explica a venda. Primeiro porque eles ajudaram a dar essa perspectiva de futuro e, com certeza, ajudaram a jogar o preço de venda mais para cima. Mas também porque esse futuro não é lá tão certo. E se McGregor perde de novo para Nate Diaz? E perde mais uma vez para José Aldo? E se Ronda Rousey decidir abraçar o cinema e nunca mais voltar a lutar? Ou se voltar e não lutar mais do mesmo jeito, perdendo de novo?
Reparem: o UFC foi comprado em baixa e vendido em alta, talvez no máximo de alta possível. É exatamente isso que acontece com qualquer negócio.
E vale lembrar, por mais que possamos confundir: o esporte é o MMA, UFC é uma organização particular, que sempre visa o lucro.
Fonte: Igor Resende, do ESPN.com.br
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