Werdum vence, mas não convence e abre a porta para Velasquez lutar pelo cinturão
Fabrício Werdum faz a sua parte e venceu Travis Browne no UFC 203 na noite deste sábado, mas deixará Cleveland com um gostinho de que falou algo a mais para cumprir definitivamente sua missão. Um tanto quanto irreconhecível, o brasileiro ficou longe de dar o show esperado e deu uma brecha enorme para ser deixado para trás na escolha do próximo desafiante do cinturão.
Werdum até tentou carimbar de vez sua chance de disputar o título com um chute alto logo no primeiro segundo de luta. O golpe surpreendente chegou a acertar o rosto de Browne, mas não com força suficiente para derrubá-lo.
O nocaute seria um dos mais rápidos da história dos esportes de lutas. E com certeza lhe valeria muito para o futuro.
Mas ele não veio, e o brasileiro acabou se mostrando mais lento que o habitual. Ele também pareceu um pouco mais pesado, o que poderia ter relação direta com a lentidão.
O mais preocupante foi ver que sua guarda seguiu vazada. Browne achou espaços durante o combate para acertar o rosto do brasileiro. E, se tivesse mais punch, poderia ter nocauteado.
Werdum ainda tentou mais alguns golpes teatrais, mas não conseguiu acertar nenhum deles. No fim, a vitória na decisão não convenceu ninguém de que ele já está pronto para disputar o cinturão mais uma vez.
Ainda mais quando a fila de espera conta com alguém como Cain Velasquez.
ATUALIZAÇÃO: Pouco depois da publicação do post, Werdum disse que lutou com uma fratura no pé. Isso explica os motivos de ele parecer bem diferente do habitual. Mesmo assim, pode não ser suficiente para que ele ganhe a chance do cinturão.
Importante ressaltar também o momento de confusão no primeiro round, quando Browne alegou um problema da mão para o juiz e Werdum o atacou da mesma forma. O brasileiro se defendeu falando que o árbitro ainda não havia parado o duelo. Na prática, porém, poderia ter demonstrado um fair play maior no momento.
E também não precisava ter chutado o treinador Edmond Tarverdyan no final. Por pior que seja o que tenha ouvido, não foi uma atitude sensata, pensando no próprio futuro dele no UFC e em uma possível multa.
Stipe Miocic vs. Alistair Overeem
Por um momento, Alistair Overeem sentiu o único cinturão que lhe falta se aproximar de sua cintura. Mas isso acabou não passando de uma imaginação para ele.
Overeem chegou a conseguir um knockdown para cima de Miocic e conseguiu encaixar uma de suas principais finalizações, uma guilhotina. No começo da luta, quando o rival nem estava tão suado para conseguir deslizar o pescoço com mais facilidade. Mesmo assim, acabou perdendo o golpe.
Depois, ainda alegou que sentiu os tapinhas de Miocic, mas acabou desmentido pelas imagens no telão e ouviu uma sonora vaia de Clevelad.
Esse é o primeiro ponto da história. O outro - e o mais importante - é o de Stipe. Lutando em casa e com a enorme pressão de defender o cinturão, ele mostrou o quão talentoso é.
Miocic teve muito mérito em conseguir escapar da guilhotina, sem nunca se dar por vencido. Depois, teve o mérito maior de se controlar e entrar na luta aos poucos, até conseguir a brecha para nocautear ainda no primeiro round.
Mostrou que tem tudo que é preciso para manter o cinturão por mais tempo.
Mickey Gall vs. CM Punk
CM Punk é um cara corajoso. São poucas as pessoas no mundo com a coragem de entrar em um octógono, ver a porta fechar e começar a lutar com alguém preparado para arrancar a sua cabeça se preciso. São ainda mais raras as pessoas que fariam isso tendo a fama e o dinheiro que Punk já tem.
Mas coragem não ganha luta. E CM Punk mostrou que ainda não tem nível para lutar com alguém do UFC neste momento.
Gall o derrubou como quis logo no começo e controlou a luta completamente no chão. Por vários momentos, chegou a dar a impressão que estava deixando a luta correr um pouco mais, deixando várias oportunidades de pegar o pescoço do rival passar. Mesmo assim, conseguiu a finalização em pouco mais de dois minutos.
E olha que Gall não é nenhum fenomeno, tem só três lutas como profissional agora.
Punk prometeu voltar. E o esforço é louvável. Mas, ao que parece, vai precisar de um bom tempo de treinos ainda para ficar no mesmo nível dos rivais.
Fonte: Igor Resende, do ESPN.com.br
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