Clubes já enfrentam suas primeiras dificuldades no Brasileiro: 'proibição' de uso de jogadores
O Vitória venceu o Atlético-MG neste domingo, no Barradão, mas não teve a oportunidade de contar com um de seus principais titulares no Campeonato Brasileiro. O lateral-direito Patric teve que assistir o jogo da arquibancada por culpa do clube mineiro, detentor dos seus direitos federativos. Como pertence ao Galo, a diretoria alvinegra "vetou" a sua utilização quando o rubro-negro baiano enfrentasse o time treinado por Roger Machado.
Vetar a utilização de jogadores emprestados contra o time cedente virou uma prática no Brasil. Um clube ativa cláusula no contrato de empréstimo para evitar o "fogo amigo", e o outro aceita sem reclamar. Caso queira se arriscar a utilizar o atleta, terá que pagar uma multa quase milionária. A CBF, em 2015, proibiu a prática, mas voltou atrás nesta temporada.
Assim como as vendas de mando de campo, as cláusulas proibitivas tiram a isonomia do Campeonato Brasileiro. Jogadores podem atuar em quase todas as partidas - exceto nas quais seu clube de origem está do outro lado. A depender da situação do clube cedente na competição e do momento do atleta cedido, a prática pode beneficiar apenas quem empresta.
O Bahia também passará por situação parecida nas próximas semanas. Allione e Matheus Sales, por exemplo, não poderão enfrentar o Palmeiras no domingo, na Arena Fonte Nova. O mesmo se aplica aos atacantes Mendoza e Gustavo, que pertencem ao Corinthians, adversário do tricolor no próximo dia 22, em Itaquera. Como nos quatro casos os empréstimos se deram de forma gratuita, a diretoria do Bahia teve pouco poder de argumentação, assim como o Vitória no caso Patric.
Um exemplo que ilustra que a proibição é desnecessária vem de um dos melhores jogadores do Brasileirão no momento: Lucca. Ao contratá-lo por empréstimo, a Ponte Preta garantiu que o atacante poderia enfrentar o Corinthians enquanto defendesse o time de Campinas, e o jogador foi destaque no confronto da primeira fase do Campeonato Paulista. Lucca também atuou nas finais do estadual normalmente, aproveitando a vitrine, mostrando a Fábio Carille que pode ser últil no futuro e mostrando para o Corinthians que sua ausência poderia causar um prejuízo técnico na decisão da competição.
Os clubes brasileiros seguem na contramão do bom senso, talvez por medo do constrangimento em ter que assistir um jogador que não faz parte dos seus planos fazer um gol que determine sua derrota. Quando o futebol no país parecia ter dado um passo para se afastar da mesquinharia, eis que aqueles que deveriam fomentar a competitividade resolvem dar dois passos atrás.
Fonte: Elton Serra, blogueiro do ESPN.com.br
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