Diego Souza, Jean, David e uma nova postura dos grandes clubes do Nordeste
Quando o Sport anunciou a transferência de Diego Souza para o São Paulo, a torcida do rubro-negro pernambucano se dividiu. Enquanto alguns lamentaram a saída de sua grande referência técnica nos últimos anos, outros comemoraram as cifras conseguidas pelo Leão da Ilha: R$ 10 milhões, a maior venda da história do clube.
O Sport segue uma tendência que tem se tornado cada vez mais frequente no futebol do Nordeste. A negociação de Diego Souza somou-se a outros R$ 26 milhões arrecadados pelos grandes clubes da região na última semana. A dupla Ba-Vi, dias antes, também acumularam cifras significativas com vendas de atletas.
O Vitória negociou David com o Cruzeiro por aproximadamente R$ 10 milhões e diminuiu o enorme prejuízo financeiro registrado na última temporada. Já o Bahia faturou R$ 16 milhões com vendas de atletas da base – Jean foi cedido ao São Paulo por R$ 9 milhões; Juninho Capixaba chegou ao Corinthians após pagamento de R$ 6mi; e Rômulo ficou em definitivo no Busan IPark, da Coreia do Sul, pelo valor de R$ 1 milhão. Nunca o futebol baiano gerou tanta receita em tão pouco tempo.
Além da grana, atletas também chegaram para fortalecer os elencos de Bahia e Vitória. As contratações fizeram parte do pacote de negociações e, indiretamente, também geraram receita. No caso do Vitória, além da manutenção de 23% dos direitos econômicos de David, dois jogadores do Cruzeiro foram envolvidos no negócio. Já o Bahia conseguiu adquirir os direitos federativos de Régis por mais três anos, e ainda terá mais um atleta cedido pelo São Paulo. Com relação à ida de Juninho Capixaba para o Corinthians, o clube paulista abriu mão do goleiro Douglas, que reforçará o tricolor em definitivo também por três temporadas.
A venda do goleiro Jean, de certa forma, também ajudou ao Sport. O clube pernambucano quitou uma dívida que tinha com São Paulo, relacionada ao atacante Rogério. Como detinha os direitos federativos de Régis, o Leão da Ilha, como pagamento da pendência, os repassou ao São Paulo, que transferiu o ativo para o Bahia.
As negociações ajudaram os clubes a buscar reforços mais qualificados, além de adquiri-los em definitivo, em muitos casos.
É lógico que os valores ainda estão abaixo do que o mercado pode pagar – Jô, 30 anos, sozinho, rendeu R$ 43 milhões ao Corinthians. Porém, é nítido o entendimento dos clubes com relação aos seus patrimônios. Em outras épocas, os clubes mais ricos chegavam ao Nordeste e levavam seus principais jogadores por migalhas. As últimas negociações mostram uma nova tendência, encabeçada pelos três clubes mais ricos da região. Se impor, mesmo que timidamente, num mercado voraz e avassalador, já uma espécie de pontapé inicial para uma inserção de maior destaque entre os grandes times do Brasil.
Reter os talentos ainda é um grande desafio. Vendê-los por valores justos, também.
Fonte: Elton Serra, blogueiro do ESPN.com.br
Diego Souza, Jean, David e uma nova postura dos grandes clubes do Nordeste
COMENTÁRIOS
Use a Conta do Facebook para adicionar um comentário no Facebook Termos de usoe Politica de Privacidade. Seu nome no Facebook, foto e outras informações que você tornou públicas no Facebook aparecerão em seu cometário e poderão ser usadas em uma das plataformas da ESPN. Saiba Mais.