O Ba-Vi da montanha-russa
O Bahia, em 48 horas, foi do inferno ao céu. Na sexta-feira, o time foi recebido no aeroporto de Salvador com hostilidade pelos torcedores. Domingo, na Arena Fonte Nova, saiu de campo aplaudido após golear o Vitória por 4 a 1. Coisas que só um clássico é capaz de proporcionar.
Antes do Ba-Vi, o Bahia vinha de cinco pontos somados nos últimos 12 disputados. Ostentava o terceiro pior ataque do Campeonato Brasileiro, atrás apenas de Paraná Clube e Ceará. Depois do jogo de domingo, a forma de olhar para a tabela mudou completamente: agora são quatro jogos sem perder, três pontos de distância do Corinthians, time que fecha o G-8, e ataque melhor que os de Cruzeiro e Grêmio.
Não é preciso fazer muito esforço para entender por que o futebol brasileiro é tomado por um imediatismo que toma conta das arquibancadas e, por muitas vezes, das resenhas esportivas.
As críticas ao desempenho do Bahia, porém, são totalmente justas. Sob o comando de Enderson Moreira, o tricolor não havia mostrado evolução. Muito pelo contrário. As poucas virtudes que a equipe mostrava, se perdeu nos últimos jogos: o gosto pela bola, as trocas de passes no campo ofensivo, as transições ofensivas velozes e as inúmeras criações de chances de gol.
No clássico, alguns desses conceitos foram recuperados. No primeiro gol do Bahia, jogada trabalhada dos volantes para os laterais. Enquanto Léo afunilou o jogo para o meio, Zé Rafael abriu para a ponta esquerda e fez um golaço. Movimentos bem calculados e que mostram que o time de Enderson Moreira precisava resgatar a sua identidade.
Obviamente que o episódio no aeroporto não tem relação direta com o desempenho do Bahia na Arena Fonte Nova. Tolo aquele que acreditar que um jogador de futebol passa a render mais depois de uma agressão. O trabalho de Enderson Moreira, no campo, passa a render os primeiros frutos – e só.
Qual é o verdadeiro Vitória?
Desde o retorno de Vagner Mancini, há um ano, são cinco Ba-Vis. O Bahia venceu os cinco, e o treinador foi punido pelos tribunais em fevereiro, após o primeiro clássico do ano, e expulso do banco reservas no último domingo. Desde julho do ano passado, sob o comando de Mancini, o rubro-negro chegou, no máximo, ao 13º lugar na tabela do Campeonato Brasileiro.
O imediatismo, no caso, não se aplica ao Vitória. É um trabalho de médio prazo, com várias correções feitas ao longo do caminho.
O vice-campeonato baiano de 2018 não foi por acaso. As eliminações precoces na Copa do Brasil e na Copa do Nordeste, também não. Uma instabilidade causada por diversos fatores – o principal deles é a equivocada remontagem da equipe no início da temporada, que precisou ser revista durante a Copa do Mundo.
O Vitória troca o elenco porque não ganha jogos ou não ganha jogos porque troca muito de elenco? O fato é que não ganha jogos e não troca o técnico, por ainda acreditar que a equipe encontrará a evolução tão desejada. As escolhas da diretoria rubro-negra em 2018 ainda custam a dar resultados.
Fonte: Elton Serra, blogueiro do ESPN.com.br
O Ba-Vi da montanha-russa
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