O que Bahia e Sport podem apresentar no primeiro jogo da final do Nordestão?
Bahia e Sport começam a decidir a Copa do Nordeste nesta quarta, na Ilha do Retiro, em meio a uma temporada desgastante. Estamos no mês de maio, mas o rubro-negro pernambucano já fez 33 partidas, enquanto o tricolor baiano entrou em campo 27 vezes - seis jogos que fazem toda a diferença para o time de Guto Ferreira, que encontrou mais rápido seu padrão tático em relação a Ney Franco, ainda com dificuldades em encaixar sua equipe em 2017.
Os momentos distintos refletem nos resultados. Enquanto o Bahia convive com um equilíbrio tático que lhe deu a oportunidade de iniciar o Campeonato Brasileiro com uma goleada contra o Atlético-PR, o Sport vive numa gangorra de atuações medianas e ruins, culminando em derrotas incontestáveis para Danúbio-URU e Ponte Preta: foram sete gols sofridos e nenhum marcado nos últimos dois jogos. O momento do Bahia é melhor, mas não faz dele o favorito absoluto no clássico.
Este equilíbrio tático, é bem verdade, dão mais tranquilidade ao time de Guto Ferreira. Nos últimos jogos, o Bahia tem atuado com Edigar Júnio fazendo o papel de atacante referência com muita movimentação, transformando o 4-2-3-1 num 4-3-3 muito veloz no último terço do campo. O tricolor trocou o jogo dos passes curtos por um estilo mais vertical, buscando transições ofensivas mais rápidas e explorando o bom "um contra um" de Régis, Allione, Zé Rafael e do próprio Edigar. Nos dois últimos jogos contra o Vitória e no confronto contra o Furacão, no último domingo, conseguiu criar inúmeras oportunidades graças à movimentação intensa do quarteto, algo impensável com um centroavante de pouca mobilidade como Hernane ou Gustavo, por exemplo.
Por outro lado, Ney Franco ainda busca dar uma identidade tática ao Sport. Também orbita entre o 4-2-3-1 e o 4-3-3, mas busca marcação alta e comete um pecado crucial para os maus resultados nos últimos jogos: tem uma primeira linha defensiva formada por dois zagueiros lentos, que são facilmente batidos na recomposição e nos duelos individuais com atacantes de velocidade. Depois que Ney assumiu o rubro-negro, o time fez 15 jogos e sofreu gols em 13 deles - a defesa foi vazada 25 vezes neste período. Na maioria das partidas, a dupla de zaga foi formada por Matheus Ferraz e Durval, que sofrem com a transição defensiva quando o Sport faz marcação pressão.
As coisas mudam de figura quando os treinadores olham para o elenco e buscam um cara capaz de decidir o jogo num detalhe. Enquanto Guto Ferreira não poderá contar com Régis, que cumprirá suspensão automática, Ney Franco terá a volta de Diego Souza, recuperado de contusão. Régis, com 11 gols e cinco assistências, é responsável direto por 30% dos gols marcados pelo Bahia na temporada. Diego, com 46 gols em 138 partidas pelo Sport, tem sido o diferencial do Leão da Ilha há algum tempo. Com a volta do camisa 87, Ney ganha força ofensiva, um jogador que funciona como um segundo atacante, bom nas bolas paradas e que dá liberdade de movimentação para o jovem Everton Felipe, jogador que atua com mais eficiência caindo pelos lados do campo, assim como o veloz Rogério.
Além de não contar com Régis, Guto Ferreira não terá o também suspenso Edson. Com isso, Renê Júnior deve ser o encarregado de vigiar os passos de Diego Souza, enquanto Diego Rosa assume o papel de articulador do meio-campo, dando suporte à movimentação do trio de ataque. No Sport, com a ausência de Mena, lesionado, Raul Prata deve ser improvisado na lateral-esquerda e terá a difícil missão de parar a dupla Allione-Eduardo, muito forte pelo lado direto do ataque do Bahia. No meio-campo, o 'motorzinho' Rithely, também ausente por supensão, dá lugar ao combativo Ronaldo. Espera-se um jogo em que o rubro-negro não ceda tantos espaços nas costas de sua linha defensiva, e que o tricolor tente neutralizar as jogadas fortes pelos lados, com Rogério e Everton Felipe.
Bahia e Sport sempre fizeram jogos imprevisíveis, e as finais da Copa do Nordeste de 2017 são as mais equilibradas dos últimos anos. Porém, pelo que se desenha, será o duelo do padrão tático contra o poder de decisão do talentoso Diego Souza.
Fonte: Elton Serra, blogueiro do ESPN.com.br
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