Gerente de futebol é o novo técnico do Vitória. Falta de convicção do clube e pressão em Petkovic
Dejan Petkovic chegou ao Vitória para assumir a gerência de futebol e, em seu discurso, a palavra de ordem era "filosofia". Para ele, o clube precisava conhecer sua própria essência, criar metodologias de trabalho e deixar o rubro-negro ainda mais profissional. Além disso, coube ao sérvio buscar um novo treinador para assumir o time, baseando-se nas premissas da tal "filosofia".
Pet, em sua chegada, afirmou que tinha dado uma pausa em sua carreira de técnico. Desde o final do ano passado, se aperfeiçoava em técnicas de gestão esportiva, e desembarcou no Vitória disposto a colocar em prática o seu conhecimento. Porém, duas semanas depois, após não conseguir fechar com um novo treinador, será o comandante vermelho e preto à beira do gramado na Série A do Campeonato Brasileiro.
A "filosofia" ficará para depois.
A diretoria do Vitória, que desde a demissão de Argel Fucks demonstrou falta de convicção no perfil do novo treinador, resolveu mudar a função de Petkovic no clube. Os conhecimentos de gestão servirão agora para compor a personalidade do técnico, ausente dos bancos de reservas desde que deixou o Sampaio Corrêa, em maio do ano passado. Não há certeza de que Pet fracassou na tentativa de contratar um comandante para o time baiano, mas fica bem claro que ele não estava preparado para assumir a função tão precocemente. O sérvio, inclusive, antes de aceitar o desafio, recusou por duas vezes a proposta do presidente Ivã de Almeida e do diretor Sinval Vieira.
‘Manager inglês'
Vieira, alías, tentou explicar a efetivação de Petkovic relembrando as funções executadas por treinadores no exterior. Fez um paralelo com os managers ingleses que, além de comandar as equipes dentro de campo, participa das decisões da diretoria fora dele, como contratações de atletas, comando do "centro de inteligência" e controle do orçamento do departamento de futebol. O ex-jogador do Vitória terá dupla responsabilidade e, por consequência, uma pressão duplicada - Pet não teve tempo de se aprimorar nas duas funções após treinar três clubes e ocupar o cargo de gerente de futebol por apenas duas semanas.
Não deu para o estudioso interino
Com a decisão de entregar a função de treinador para Petkovic, Wesley Carvalho permanece como auxiliar técnico. Com 20 anos dedicados ao futebol, o ex-interino trabalhou em praticamente todos os times das divisões de base do Vitória, além de ter assumido provisoriamente a equipe principal também em 2015, após saída de Claudinei Oliveira. No início do ano passado, Wesley tirou a "Licença B" no curso promovido pela CBF, que qualifica treinadores das categorias de base. Em dezembro, partiu para a "Licença A", ganhando a qualificação para comandar equipes profissionais. Estudioso, constantemente é visto assistindo vídeos de treinos de clubes europeus, além de acompanhar palestras e ler diversos livros sobre o tema. Na prática, conseguiu organizar o rubro-negro nos dois jogos da final do Campeonato Baiano, conquistando o estadual diante do Bahia.
Wesley Carvalho tinha a esperança de ser efetivado, por se considerar preparado para assumir o desafio. Apesar da vontade, terá a missão de auxiliar o ídolo e pressionado Dejan Petkovic a partir deste domingo, contra o Avaí, em Florianópolis, na estreia do Vitória no Campeonato Brasileiro.
Fonte: Elton Serra, blogueiro do ESPN.com.br
Gerente de futebol é o novo técnico do Vitória. Falta de convicção do clube e pressão em Petkovic
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