Conte com ele! Scudetto da Inter de Milão premia um obcecado pela vitória
No fim da última temporada, às vésperas de comandar a Inter de Milão na decisão da Europa League contra o Sevilla, Antonio Conte se mostrava contrariado. Em sua primeira temporada à frente dos nerazzurri, tinha incomodado a Juventus na disputa pelo título, mas não foi capaz de encerrar uma hegemonia que havia começado sob seu comando, em 2011-2012. Queria um respaldo público dos donos do clube e a garantia de que o time poderia ser competitivo não para chegar em segundo, mas para ganhar.
Apesar da derrota na final continental, os bastidores se acalmaram, e Conte recebeu as garantias que esperava. Mesmo com as dificuldades financeiras provocadas pela pandemia, recebeu um reforço como Hakimi, ideal para seu estilo de jogo que conta com a participação constante dos alas na chegada ao ataque. Pediu nomes mais experientes e foi atendido com Alexis Sánchez e Arturo Vidal. O ataque formado por Romelu Lukaku e Lautaro Martínez foi confirmado.
Enquanto a busca da Juve pelo décimo título consecutivo era entregue de última hora a Andrea Pirlo, um ídolo com boas ideias, mas sem experiência prévia, a Inter se mostrava madura para dominar. Nem mesmo o período que o Milan passou na ponta era suficiente para negar a sensação de que o favoritismo real era nerazzurro. Foram apenas duas derrotas em toda a campanha, e o melhor início de returno de todos os tempos, com onze vitórias consecutivas.
Ataque de ouro! Como Lukaku e Lautaro Martínez levaram a Inter de Milão ao topo da Itália após 11 anos; assista
Conte merece o crédito por ter voltado atrás em algumas convicções, como acreditar que Milan Skriniar não conseguiria render seu melhor na formação com três zagueiros. O eslovaco retomou um rendimento excelente e fez com Stefan De Vrij e Alessandro Bastoni um trio confiável, que ajudou a Inter a ter a melhor defesa da Serie A. O técnico também aceitou a ideia de usar Ivan Perisic na ala-esquerda, recuperando um jogador que havia descartado num primeiro momento - emprestando-o ao Bayern para a temporada 2019-2020.
O principal exemplo da capacidade de Conte corrigir a rota, porém, atende pelo nome de Christian Eriksen. Em boa parte de sua passagem por Milão, o ex-Tottenham vinha mostrando dificuldade para atuar na mesma rotação do time, com a intensidade cobrada pelo técnico. A sugestão de que ele pudesse atuar mais recuado foi inicialmente rechaçada por Conte, mas durante a temporada o teste foi feito e convenceu. De provável negociado em janeiro, Eriksen se tornou um elemento importante no time, quase sempre como titular.
Afinal, mais importante que estar certo é vencer - e Antonio Conte vence. Nos últimos sete campeonatos que disputou, venceu cinco: três com a Juventus, um com o Chelsea e agora um com a Inter.
O próximo desafio será o sucesso na Europa, que ainda lhe falta. Não é mistério que a saída na fase de grupos da Champions ajudou o time a se concentrar no Italiano e arrancar com melhores condições físicas, especialmente a partir de fevereiro, quando os rivais estavam envolvidos nos mata-matas. Mas a cobrança por uma boa campanha aumentará agora, com a Inter sendo cabeça-de-chave e provavelmente tendo um grupo mais acessível que os últimos que enfrentou.
As notícias divulgadas na Itália dão conta de que os chineses que controlam o clube conseguirão a entrada de novos investidores para garantir a manutenção do elenco, evitando que seja necessária uma venda importante. Música para os ouvidos de um treinador que não costuma aceitar a condição de mero participante.
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