No terceiro Ba-Vi do ano, prevaleceu a inteligência tática do Bahia, finalista do Nordestão

Elton Serra
Elton Serra, blogueiro do ESPN.com.br
Felipe Oliveira/EC Bahia
Bahia disputará sua sexta final de Nordestão; tricolor tentará terceiro título
Bahia disputará sua sexta final de Nordestão; tricolor tentará seu terceiro título

O Bahia, neste domingo, venceu seu Ba-Vi mais importante na Arena Fonte Nova. Daqueles 5 a 1 sofridos em abril de 2013 até os 2 a 0 que o leva à final da Copa do Nordeste, foram sete triunfos do Vitória, dois empates e quatro triunfos. Com 100% de torcida tricolor dentro do estádio, afastou um fantasma que ronda o clube nos últimos quatro anos em jogos contra o maior rival.

O primeiro tempo se desenvolveu em cima de um elemento que enfeia qualquer jogo: as ligações diretas da defesa para o ataque. O Bahia, que se aproximou dos 60% de posse, mesmo assim, investiu nas bolas longas, tentando aproveitar a velocidade de Edigar Júnio, utilizado como atacante de referência no lugar de Hernane. Mesmo com argumentos limitados de jogo, o tricolor chutou oito vezes ao gol.

O único chute que conseguiu passar pela meta rubro-negra foi a mais bem trabalhada da primeira etapa. Num contra-ataque encaixado através de passes rápidos, o Bahia abriu o placar na Fonte Nova. Inteligência de Allione ao perceber a falha de marcação da defesa do Vitória que, ao invés de encurtar o espaço para a finalização, proporcionou uma visão invejável do gol de Fernando Miguel. Bola na gaveta.

Felipe Oliveira/EC Bahia
Patric, do Vitória, foi expulso durante o segundo tempo do clássico
Patric, do Vitória, foi expulso durante o segundo tempo do clássico

No segundo tempo, quando os dois times resolveram colocar a bola no chão, o jogo fluiu. Régis marcou o segundo numa jogada característica da equipe de Guto Ferreira, com o meia armador infiltrando na área e tabela no último terço do campo. Argel, que havia respondido com a entrada de Gabriel Xavier e reposicionado Cleiton Xavier como um meia na linha dos volantes do Bahia, qualificando a saída de bola, buscou chegar ao ataque com jogadas mais trabalhadas. As expulsões de Régis e Patric, porém, mudaram o panorama do clássico: com mais espaço no campo, tricolores e rubro-negros partiram novamente para o jogo direto.

O Bahia, porém, mostrou mais inteligência nos 15 minutos finais. Criou superioridade numérica nos dois primeiros terços do campo e, com a entrada de Juninho em lugar de Zé Rafael, acelerou a saída de bola para aproveitar os espaços vazios deixados pelo Vitória, que subiu a marcação para tentar um gol que levasse o confronto para os pênaltis. Ao mesmo tempo, fechou os espaços de Paulinho, jogador que Argel Fucks colocou em campo para sobrecarregar o lado direito da defesa da equipe de Guto Ferreira.

Depois de 180 minutos de tensão, polêmicas e muitas reclamações, o Bahia chega à sua sexta final de Nordestão. Foi melhor que o Vitória durante grande parte do confronto, apesar do futebol ainda apresentar seus problemas. Quando se apresentou menos nervoso em campo, deixou prevalecer sua superioridade tática diante de um intenso Vitória.

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Intenso, Vitória venceu um organizado Bahia, mas o jogo deu espaço para outra discussão

Elton Serra
Elton Serra, blogueiro do ESPN.com.br
Maurícia da Matta/EC Vitória
Jogadores do Vitória comemoram gol de empate, marcado por Euller
Jogadores do Vitória comemoram gol de empate, marcado por Euller

A história dos Ba-Vis sempre foi construída também com elementos alheios ao jogo. A mística, a superstição, a força das torcidas e as provocações de lado a lado sempre fizeram parte de uma das maiores rivalidades do futebol brasileiro. No primeiro encontro de quatro consecutivos, o Vitória se deu bem e conseguiu uma vantagem considerável para chegar à decisão da Copa do Nordeste, ao vencer o Bahia por 2 a 1, mas num jogo cercado de muitas polêmicas.

Obviamente que o critério técnico é primordial para se analisar uma partida. O Bahia, que abriu o placar cedo em cabeçada do volante Edson, manteve sua proposta de oferecer poucos espaços para o Vitória, letal nas transições ofensivas. Conseguiu executar bem o seu jogo até ter Gustavo expulso com 19 minutos do primeiro tempo - o árbitro entendeu que o atacante cotovelou o zagueiro Kanu. Com um jogador a menos, a execução do plano de negar espaços ganhou contornos dramáticos, já que o Bahia, na retomada da bola, perdeu amplitude e profundidade com um jogador a menos.

O Vitória, que mostrou pouca organização defensiva, apresentou o já conhecido poder ofensivo, com jogadores rápidos pelos lados e muita intensidade. Porém, chegou ao gol de empate após um raro erro coletivo da defesa tricolor, que permitiu cabeçada do oportunista Euller. A essa altura do jogo, as propostas se invertiam: enquanto o Vitória subia suas linhas e pressionava o Bahia em seu campo de defesa, o time de Guto Ferreira passou a jogar nos contra-ataques. Duas bolas na trave - uma de cada lado - e um empate na primeira etapa.

Felipe Oliveira/EC Bahia
Bahia reclamou da arbitragem durante e após o clássico no Barradão
Bahia reclamou da arbitragem durante e após o clássico no Barradão

Os elementos alheios ao jogo, como citado acima, ganharam também um personagem adicional: o juiz Caio Max Augusto Vieira. O potiguar cometeu erros que são comuns na arbitragem brasileira, sobretudo na questão de interpretação dos lances. Kanu, "vítima" na expulsão de Gustavo, cotovelou o zagueiro Lucas Fonseca e foi punido apenas com cartão amarelo. Para ficar nos dois lances, apenas, a atuação de Caio Vieira despertou ira nos dirigentes do Bahia, a ponto de o vice-presidente Pedro Henriques suplicar à CBF que diga com quem o tricolor deve "se alinhar" para deixar de ser prejudicado pelos árbitros.

A arbitragem não influenciou no placar do jogo, mas obrigou o Bahia a mudar sua postura após a expulsão de Gustavo e, consequentemente, tentar absorver a pressão do Vitória, muito forte dentro do Barradão. Os homens do apito se juntaram aos outros elementos alheios ao jogo, e passaram a ter protagonismo ainda maior dentro dos Ba-Vis, a ponto do confronto técnico e tático ficar em segundo plano. Um enfrentamento onde as equipes mostraram claramente suas identidades e, quando esqueceram a rispidez, proporcionaram um excelente jogo, que deixa em aberto a decisão por uma vaga na final da Copa do Nordeste. Um Bahia organizado, um Vitória intenso e uma expectativa ainda maior para o clássico de domingo, na Fonte Nova. Sem polêmicas, de preferência.

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Ba-Vis terão torcida única. Está decretada a falência da segurança pública baiana

Elton Serra
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Felipe Oliveira/EC Bahia
Torcedor pede paz no estádio, mas assistirá BaVi sem torcedor rival do outro lado da arquibancada
Torcedor pede paz no estádio, mas assistirá Ba-Vi sem torcedor rival do outro lado da arquibancada

Bahia e Vitória perderam a batalha para a violência e para os cardeais do poder público e do futebol. Na noite de terça, a CBF determinou que os quatro próximos Ba-Vis sejam disputados apenas com a torcida do clube mandante nas arquibancadas, após receber recomendação do Ministério Público baiano. Um tiro no peito de um estado acostumado com estádios coloridos e exemplos diários de civilidade no esporte.

O MP-BA havia recomendado, na última segunda-feira, que o Vitória suspendesse a venda de ingressos para a torcida do Bahia, para o jogo desta quinta, no Barradão. A diretoria rubro-negra foi contrária à medida e, lógico, teve respaldo da cúpula tricolor. Os dois clubes, em nota conjunta, ratificaram o que já haviam externado há alguns dias: "em vez de torcida única, defendemos a convivência das duas torcidas cada vez mais juntas, em paz, tendo, inclusive, promovido o retorno da tão saudosa e festejada torcida mista no último clássico do Campeonato Baiano, sem nenhuma ocorrência de violência ou conflito por conta de suas camisas, nas dependências do estádio", rebateu a dupla Ba-Vi. No entanto, o silêncio da Federação Bahiana de Futebol sobre o caso deu o indício do pior: o Ministério Público foi até à CBF que, como promotora do campeonato, tem o "poder" de exigir que a recomendação seja acatada. Foi o que aconteceu.

É bem verdade que a violência cresceu, principalmente após a popularização - e aumento dos holofotes - das torcidas organizadas, mas a raiz do problema não está no futebol. O 10º Anuário Brasileiro de Segurança Pública, divulgado em outubro do ano passado, apontava Salvador como a segunda capital com maior número de assassinatos (1.444), em 2015, no Brasil. São 49,4 mortes para cada 100 mil habitantes. Somente Fortaleza teve número maior (1.651), de acordo com o levantamento. O grande gargalo da segurança pública passa longe da Fonte Nova ou do Barradão em dias de jogos.

Em São Paulo, dirigentes também são contrários à torcida única nos estádios

Uma grande questão que precisa ser levada em consideração, também, é a ausência de critério do Ministério Público. O carnaval de Salvador, que movimenta milhares de pessoas durante uma semana inteira nas principais ruas da cidade, tem segurança reforçada por policiais que são deslocados de outros bairros e até de cidades vizinhas. Entre quinta e domingo do último carnaval, o Departamento de Repressão e Combate ao Crime Organizado (Draco) registrou exatas 1.116 ocorrências nos circuitos da folia - números 4,5% maiores que os registrados no mesmo período em 2016. Na noite de sexta-feira, 81 casos foram documentados pela polícia, o dobro em relação ao mesmo dia do ano passado. Mesmo com índices assustadores, o MP adota medidas brandas para justificar seu trabalho durante a festa momesca.

A Polícia Militar baiana já havia garantido segurança reforçada para os quatro clássicos, e foi contra a ideia de torcida única nos Ba-Vis. No último encontro entre Bahia e Vitória, realizado no dia 9 de abril, 390 policiais foram escalados para realizar no trabalho na Arena Fonte Nova e em seu entorno. O comandante do Policiamento Regional da Capital - Central, coronel Costa Ferreira, foi um dos que mais apoiou a torcida mista nos estádios, declarando que "todos poderão apreciar o espetáculo do futebol sob a bandeira da paz". O Ministério Público deve entender que a PM terá menos trabalho com torcedores de apenas um clube, esquecendo que, mesmo com as torcidas organizadas de Bahia e Vitória proibidas de entrarem nos estádios baianos, casos de violência acontecem fora deles.

Para Mauro, acordo entre Cruzeiro e Atlético-MG por torcida dividida faria bem ao futebol mineiro

Fica também a curiosidade em saber o porquê da interferência da CBF no caso, já que a federação da Bahia havia se posicionado a favor das duas torcidas. Uma entidade que vive distante do que acontece nos campeonatos espalhados pelo país, e curiosamente presidida por um cartola que não viaja com a Seleção Brasileira e assiste aos jogos em casa, assim como os torcedores dos times visitantes farão nos próximos Ba-Vis. Mesmo como uma das organizadoras da Copa do Nordeste e uma entidade superior à FBF, deveria levar em consideração os argumentos de todas as partes envolvidas - a maioria favorável à divisão de torcidas.

Com uma decisão unilateral, respaldada por uma entidade esportiva que vive da politicagem, o futebol da Bahia vai perdendo a sua essência. E a segurança pública no estado, capaz de trabalhar num evento que reúne milhões de pessoas nas ruas de Salvador, é colocada em xeque por falência de ideias.

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Elton Serra analisa jogos em sequência de Bahia e Vitória: 'Não há favorito'

Felipe Oliveira/EC Bahia
Bahia disputará sua sexta final de Nordestão; tricolor tentará terceiro título
Bahia disputará sua sexta final de Nordestão; tricolor tentará seu terceiro título

O Bahia, neste domingo, venceu seu Ba-Vi mais importante na Arena Fonte Nova. Daqueles 5 a 1 sofridos em abril de 2013 até os 2 a 0 que o leva à final da Copa do Nordeste, foram sete triunfos do Vitória, dois empates e quatro triunfos. Com 100% de torcida tricolor dentro do estádio, afastou um fantasma que ronda o clube nos últimos quatro anos em jogos contra o maior rival.

O primeiro tempo se desenvolveu em cima de um elemento que enfeia qualquer jogo: as ligações diretas da defesa para o ataque. O Bahia, que se aproximou dos 60% de posse, mesmo assim, investiu nas bolas longas, tentando aproveitar a velocidade de Edigar Júnio, utilizado como atacante de referência no lugar de Hernane. Mesmo com argumentos limitados de jogo, o tricolor chutou oito vezes ao gol.

O único chute que conseguiu passar pela meta rubro-negra foi a mais bem trabalhada da primeira etapa. Num contra-ataque encaixado através de passes rápidos, o Bahia abriu o placar na Fonte Nova. Inteligência de Allione ao perceber a falha de marcação da defesa do Vitória que, ao invés de encurtar o espaço para a finalização, proporcionou uma visão invejável do gol de Fernando Miguel. Bola na gaveta.

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Patric, do Vitória, foi expulso durante o segundo tempo do clássico
Patric, do Vitória, foi expulso durante o segundo tempo do clássico

No segundo tempo, quando os dois times resolveram colocar a bola no chão, o jogo fluiu. Régis marcou o segundo numa jogada característica da equipe de Guto Ferreira, com o meia armador infiltrando na área e tabela no último terço do campo. Argel, que havia respondido com a entrada de Gabriel Xavier e reposicionado Cleiton Xavier como um meia na linha dos volantes do Bahia, qualificando a saída de bola, buscou chegar ao ataque com jogadas mais trabalhadas. As expulsões de Régis e Patric, porém, mudaram o panorama do clássico: com mais espaço no campo, tricolores e rubro-negros partiram novamente para o jogo direto.

O Bahia, porém, mostrou mais inteligência nos 15 minutos finais. Criou superioridade numérica nos dois primeiros terços do campo e, com a entrada de Juninho em lugar de Zé Rafael, acelerou a saída de bola para aproveitar os espaços vazios deixados pelo Vitória, que subiu a marcação para tentar um gol que levasse o confronto para os pênaltis. Ao mesmo tempo, fechou os espaços de Paulinho, jogador que Argel Fucks colocou em campo para sobrecarregar o lado direito da defesa da equipe de Guto Ferreira.

Depois de 180 minutos de tensão, polêmicas e muitas reclamações, o Bahia chega à sua sexta final de Nordestão. Foi melhor que o Vitória durante grande parte do confronto, apesar do futebol ainda apresentar seus problemas. Quando se apresentou menos nervoso em campo, deixou prevalecer sua superioridade tática diante de um intenso Vitória.

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Elton Serra analisa jogos em sequência de Bahia e Vitória: 'Não há favorito'

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Campeão ameaçado, 16 classificados e tradicionais de fora: um desenho da Copa do Nordeste de 2018

Elton Serra
Elton Serra, blogueiro do ESPN.com.br
Christian Alekson/Ceará S.C.
Magnata comandou a vitória do Cerá com dois gols e uma assistência
Ceará, do veterano Magno Alves, estará de volta à Copa do Nordeste em 2018

Os estaduais estão chegando às retas finais e, a cada final de semana, indicando seus representantes na Copa do Nordeste de 2018. Como a competição regional mudou seus critérios de classificação para a fase de grupos, é sempre bom lembrar como as vagas serão distribuídas na próxima edição.

O blog já destrinchou num post anterior como o Nordestão se configurará a partir da próxima temporada, mas lhe dá um refresco: em 2018, dos 20 clubes participantes, apenas 16 participarão da fase de grupos - os campeões dos nove estados, os vices de Bahia, Pernambuco e Ceará, além de outros quatro times vindo de um mata-mata composto por oito clubes, seis vices dos estados restantes e os terceiros colocados de Bahia e Pernambuco.

Quem são os classificados?

Após as rodadas do último final de semana, 16 equipes já estão confirmadas na Copa do Nordeste de 2018. Apenas seis já se garantiram na fase de grupos, conforme o critério citado acima: Bahia, Vitória, Sport, Salgueiro, Ceará e Ferroviário. Outras 9 terão que buscar o título estadual para não precisarem disputar o mata-mata prévio: ABC e Globo (RN); CRB e CSA (AL), Botafogo e Treze (PB); Confiança e Itabaiana (SE); e Parnahyba (PI). O Fluminense de Feira, terceiro colocado no estadual baiano, é o único que já sabe que terá que encarar dois jogos para tentar chegar à fase de grupos.

Felipe Oliveira/EC Bahia
Bahia garantiu classiicação para o Nordestão no último sábado
Bahia garantiu classiicação direta para o Nordestão no último sábado

Quem ainda pode se classificar?

Restam apenas quatro vagas para fechar o Nordestão 2018. Em Pernambuco, Náutico e Santa Cruz disputarão o terceiro lugar para definir o terceiro representante do estado, que também participará do mata-mata. No Maranhão, o Cordino foi campeão do primeiro turno e já teria sua participação confirmada, mas o estadual foi suspenso pela federação local para que sejam julgados processos pendentes no TJD-MA, que podem modificar o resultado dos dois turnos do campeonato - com isso, as duas vagas maranhenses seguem em aberto. Já no Piauí, a última rodada da primeira fase do segundo turno termina no próximo final de semana, e definirá quatro classificados para as semifinais. O campeão deste turno se juntará ao Parnahyba - River, Altos, 4 de Julho, Piauí e Flamengo lutam pela vaga.

Quem ficou de fora?

Divulgação
Fortaleza Uniclinic Campeonato Cearense
Fortaleza ficará de fora da Copa do Nordeste em 2018

Como tem acontecido nos últimos anos, alguns clubes tradicionais ficarão de fora da Copa do Nordeste no próximo ano. O perdedor da disputa entre Náutico e Santa Cruz é um deles - o Santa, inclusive, é o atual campeão do torneio. O Fortaleza foi derrotado pelo Ferroviário nas semifinais do Cearense e também ficou de fora, assim como o América de Natal, campeão do Nordestão em 1998, e que sequer chegou às finais do Potiguar na atual temporada. O Campinense, campeão em 2013 e vice em 2016, não se classificou na Paraíba. Já o Sergipe, campeão estadual do ano passado, não disputará a decisão em 2017.

Quem serão os cabeças de chave?

A Liga do Nordeste institui que os cabeças de chave são os quatro melhores colocados no Ranking Nacional de Clubes da CBF na última temporada. Assim, Sport (18º), Vitória (20º), Bahia (21º) e Ceará (23º) ocupam essas vagas e já sabem que não se enfrentarão na primeira fase da Copa do Nordeste.

Carlos Ezequiel Vannoni/Gazeta Press7
O Santa Cruz saiu em vantagem na disputa por uma vaga na final
Atual campeão, Santa Cruz brigará com Náutico por vaga no mata-mata prévio do Nordestão
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Campeão ameaçado, 16 classificados e tradicionais de fora: um desenho da Copa do Nordeste de 2018

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Vitória é o único baiano já classificado para o Nordestão 2018. E também garantiu vaga 'eterna'

Elton Serra
Elton Serra, blogueiro do ESPN.com.br
Mauricia da Matta/EC Vitória
Rubro-negro, mesmo que fique fora da decisão do Baiano, já se garantiu no Nordestão de 2018
Rubro-negro, mesmo que fique fora da decisão do Baiano, já se garantiu no Nordestão de 2018

O Vitória perdeu os 100% de aproveitamento no Campeonato Baiano no último domingo, ao empatar com o Vitória da Conquista pela primeira partida das semifinais do Campeonato Baiano, mas já pode pensar na Copa do Nordeste de 2018. Mesmo que não se classifique para a decisão do estadual, o rubro-negro é o primeiro baiano garantido na competição regional na próxima temporada.

De acordo com o regulamento do Baianão, as vagas na Copa do Nordeste são destinadas aos finalistas da competição e ao eliminado na semifinal com melhor campanha ao longo do torneio. O Vitória, mesmo que seja eliminado pelo Conquista no próximo domingo, já não pode ser ultrapassado em número de pontos por nenhum outro clube.

O time de Argel Fucks é o único com esse privilégio até agora. O Bahia, que já está com um pé na decisão, precisa ratificar a classificação no sábado, contra o Fluminense. Caso não se classifique, terá que torcer para que o Vitória chegue à final. O Flu, se for eliminado na semifinal, se garante na Copa do Nordeste com o Vitória também chegando à decisão. O Vitória da Conquista só disputa o Nordestão em 2018 se vencer o Vitória no domingo.

Com a classificação garantida, o Vitória já pode se programar para disputar, praticamente, todas as edições do Nordestão até 2022, ano em que se encerra o acordo da Liga do Nordeste com a CBF. Isto porque, de acordo com o regulamento que começará a valer a partir de 2019, dois dos três representantes baianos terão vagas asseguradas via ranking da Confederação Brasileira de Futebol. Atualmente, o rubro-negro é o 20º da lista geral e ostenta 7.547 pontos - 849 a mais que o Bahia e 6.837 de distância do Vitória da Conquista, terceiro baiano melhor ranqueado. É praticamente impossível ficar de fora da competição a partir de agora.

O Bahia está a 90 minutos de seguir o mesmo caminho. Com uma vantagem de 3 a 0 contra o Fluminense de Feira, só estará fora da decisão do Campeonato Baiano se for derrotado por quatro gols de diferença na Fonte Nova. O tricolor é o 21º no ranking da CBF, com 6.698 pontos. Como o novo critério valerá apenas a partir de 2019, o time de Guto Ferreira também deve garantir "vida eterna" na Copa do Nordeste.

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Ministério Público defende Ba-Vis com torcida única, não encontra apoio e se isola em suas ideias

Elton Serra
Elton Serra, blogueiro do ESPN.com.br
Bruno Barretto/EC Vitória
Ba-Vi do último final de semana teve torcida mista na Arena Fonte Nova
Ba-Vi do último final de semana teve torcida mista na Arena Fonte Nova

A discussão sobre a divisão de torcidas no Ba-Vi ganha opiniões extremas a cada semana. Depois de se discutir sobre o retorno da torcida mista ao clássico, algo que se tornou realidade no Campeonato Baiano até 2018, as autoridades voltaram a divergir sobre o tema, e o Ministério Público partiu para o radicalismo: estuda a possibilidade de torcida única em jogos de Bahia e Vitória, após a morte de um torcedor tricolor de 17 anos, assassinado logo depois do final do jogo disputado na Arena Fonte Nova. A ação aconteceu numa das avenidas próximas ao estádio, e o principal suspeito foi identificado como torcedor rubro-negro.

O promotor do MP, Olímpio Campinho, defende que a medida é o melhor para o futebol baiano. Porém, baseia-se nas conversas que teve com colegas de São Paulo, que determinaram torcida única nos clássicos do estado. De acordo com Campinho, os números de violência diminuíram e o público nos estádios aumentou nos jogos envolvendo Corinthians, Palmeiras, São Paulo e Santos. Para ele, a ação feita pelas autoridades paulistas pode ser copiada em Salvador.

O Ministério Público baiano parece ignorar algo que é comum no futebol mundial: a diferença cultural entre cidades e a relação das torcidas rivais com os eventos esportivos. Em São Paulo, só no Campeonato Brasileiro, são 12 clássicos. Caso Bahia e Vitória se enfrentem em todas as competições que disputam, teremos 7 Ba-Vis na temporada. O número de grandes eventos na capital paulista é muito superior, apesar das torcidas dos quatro clubes também discordarem da medida adotada pelas autoridades. O MP tira conclusões precipitadas, baseando-se numa realidade totalmente diferente da que está inserido.

Felipe Oliveira/EC Bahia
Presidentes de Bahia e Vitória são contrários à torcida única nos clássicos de Salvador
Presidentes de Bahia e Vitória são contrários à torcida única nos clássicos de Salvador

Olímpio Campinho não conta com o apoio dos principais personagens envolvidos na história. O Bahia, em nota oficial, afirmou que "o problema não está no esporte, mas nas crises de segurança pública, educação e desemprego. O poder público, historicamente, tem dificuldades para cumprir seu papel". O Vitória, também em nota, diz que "não acredita que a torcida única seja a melhor solução para combater a violência. O clube vem caminhando em direção oposta ao concentrar esforços em promover a paz nos estádios para, justamente, resgatar a cultura de uma torcida mista". A Federação Bahiana de Futebol se posicionou afirmando que "uma das formas que acreditamos ser um caminho para atingir a paz entre as torcidas é a manutenção da torcida mista, afinal, já foi provado em outros estados e aqui mesmo na Bahia que é possível sim a convivência harmoniosa entre os torcedores", e alegou que "acabar com tal medida só daria uma voz maior aos vândalos e violentos, que agem fora dos estádios e usam o futebol, não como uma forma de diversão, mas de destruição".

Para engrossar o coro dos grandes clubes baianos, a Polícia Militar também se posicionou contrária à torcida única. O coronel Costa Ferreira, comandante do policiamento da capital, declarou que a medida é extremamente exagerada, se forem analisadas as ocorrências nos clássicos. A PM garantirá cerca de 400 policiais no Ba-Vi do próximo dia 27 de abril, no Barradão, pelas semifinais da Copa do Nordeste, e rechaça qualquer tipo de punição ao torcedor visitante nos clássicos, privando-o de ir aos estádios.

O suspeito da morte do torcedor após o Ba-Vi já foi identificado e teve prisão preventiva decretada. Ele tem passagem pela polícia por agressão, roubo e furto de veículos. A violência, como se percebe, transcende o futebol e é um problema social, de responsabilidade do poder público. Parte das autoridades quer transferir esse imbróglio para o torcedor comum, minoria nos casos de violência protagonizados por facções organizadas - que são punidas de maneira bastante leve na Bahia. Medida muito cômoda, e que não resolverá os problemas que tomam conta da sociedade há anos.

Assista aos gols da vitória do Vitória sobre o Bahia por 2 a 1
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No Ba-Vi da tentativa de 'troca de identidades', venceu quem foi mais fiel ao seu jogo

Elton Serra
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Mauricia da Matta/EC Vitória
Cleiton Xavier marcou o primeiro gol do clássico na Arena Fonte Nova
Cleiton Xavier marcou o primeiro gol do clássico na Arena Fonte Nova

Já havia ficado muito bem claro que Bahia e Vitória possuem formações táticas idênticas, mas com aplicações diferentes. Enquanto o tricolor gosta da posse de bola, o rubro-negro busca o jogo vertical, por muitas vezes reativo, forçando o adversário subir suas linhas para jogar nos espaços vazios da defesa. Talvez, por querer tentar surpreender o adversário, a postura foi a inversa do Ba-Vi deste domingo - o Vitória venceu por 2 a 1, com 32.672 torcedores na Arena Fonte Nova.

O Vitória teve paciência para tocar a bola por 25 minutos. A ideia de Argel Fucks era tirar a posse do Bahia, que apostou bastante nas jogadas diretas, saindo dos zagueiros e buscando os pontas. O que se via na Arena Fonte Nova era uma troca de papeis bem interessante, mas que entregava perfeitamente a identidade de ambos: eles não sabem jogar de uma maneira diferente da que estão habituados.

Depois dos 25 minutos, tudo voltou ao normal. Enquanto o Bahia optava por reter a bola na defesa, sair com os volantes e buscar as articulações das jogadas com Régis, meia-armador destaque do time na temporada, o Vitória resolveu criar amplitude e profundidade com Gabriel Xavier, ponta pelo lado esquerdo, e o lateral-direito Patric. Ambos participaram do primeiro gol rubro-negro no jogo, marcado por Cleiton Xavier, aos 44 minutos do primeiro tempo. O Vitória ainda faria o segundo gol quatro minutos depois, em outra virtude do time de Argel: a bola parada ofensiva. Kanu cabeceou com força após cobrança de escanteio.

Clássicos são interessantes porque a atmosfera pode interferir diretamente no jogo. O Bahia, que ficou com um jogador a menos após expulsão do zagueiro Tiago no início do segundo tempo, conseguiu chegar ao gol em chute do lateral Eduardo, desviado no zagueiro Alan Costa. Mesmo com inferioridade numérica, o time de Guto Ferreira ganhou o meio-campo e deixou a partida com a cara esperada desde seu início: enquanto um time propunha o jogo, o outro era reativo - e muitas vezes perigoso. Ficou muito bem claro o que dois devem apresentar nas semifinais da Copa do Nordeste.

Lógico que Bahia e Vitória devem ganhar novas facetas até o início do Campeonato Brasileiro, mas a identidade já está exposta. Até lá, provavelmente, mais quatro Ba-Vis para esquentar ainda mais o ano de 2017.

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Clássico Ba-Vi terá torcida mista. Estremece a zona de conforto das autoridades

Elton Serra
Elton Serra, blogueiro do ESPN.com.br
Felipe Oliveira/EC Bahia
Clássicos pelo estadual terão espaços em comum para as duas torcidas até 2018
Clássicos pelo estadual terão espaços em comum para as duas torcidas até 2018

Antes de se enfrentarem pela primeira vez na temporada, Bahia e Vitória firmaram um acordo que, a princípio, resgata uma cultura perdida no futebol baiano: a partir do clássico de domingo, pela última rodada da primeira fase do estadual, a Arena Fonte Nova e o Barradão terão um espaço reservado para torcida mista. De acordo com os presidentes dos dois clubes, 15% dos ingressos serão vendidos para tricolores e rubro-negros nos jogos válidos pelo Baianão até 2018.

A torcida mista na Fonte Nova era tradicional até 2007, quando o estádio foi fechado para ser reconstruído para a Copa de 2014. Quando a arena foi inaugurada, em 2013, o espaço deixou de existir. Existiu a possibilidade de um retorno em 2015, apenas no lounge (área vip) da Fonte Nova, mas muitos sócios do Bahia não gostaram da ideia. No Barradão, a Polícia Militar reprovou a medida, que acabou sendo engavetada.

De acordo com Marcelo Sant'Ana e Ivã de Almeida, presidentes de Bahia e Vitória, também existe a possibilidade de estender a medida para os jogos da Copa do Nordeste e do Campeonato Brasileiro. A torcida mista só acontecerá no próximo jogo devido a uma brecha do regulamento do estadual baiano, que permite que ingressos sejam vendidos para duas torcidas rivais num mesmo espaço dos estádios. Aproximadamente 6.700 bilhetes serão disponibilizados para torcedores dos dois times. O clássico tem mando de campo do Bahia, mas os 10% reservados para a torcida visitante estão mantidos.

Divulgação/EC Vitória
Dirigentes de Bahia, Vitória, FBF e Arena Fonte Nova se reúnem por acordo
Dirigentes de Bahia, Vitória, FBF e Arena Fonte Nova se reúnem por acordo

A medida chega num momento em que o futebol brasileiro discute as ações em grandes clássicos, que têm optado até por torcida única. As diretorias tricolor e rubro-negra costuraram a ideia nos bastidores nos últimos dias, sobretudo após a confirmação de mais dois clássicos pelas semifinais da Nordestão - as conversas com Liga do Nordeste devem prosseguir após o jogo de domingo.

A segurança, obviamente, será reforçada no setor onde se concentrará a torcida mista, e a Polícia Militar já elaborou plano de ação para o clássico na Fonte Nova. A Federação Bahiana de Futebol fez alinhamento também com o Ministério Público para viabilizar a ideia e espera que o Ba-Vi "seja um exemplo para o futebol brasileiro", como declarou o presidente Ednaldo Rodrigues.

Diante de todas as medidas adotadas em clássicos Brasil afora, o Ba-Vi segue na contramão da "modernidade" e busca resgatar suas raízes. Ao mesmo tempo, tira as autoridades da zona de conforto e as força encontrar soluções para diminuir a violência no futebol. A ideia é de que os 15% sejam ainda maiores em clássicos futuros. Domingo, 9 de abril, quando a bola rolar na Fonte Nova, saberemos se a história tomará o curso que todos os torcedores desejam.

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Clássico Ba-Vi terá torcida mista. Estremece a zona de conforto das autoridades

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Semi do Nordestão reúne 'donos' de estadual catarinense e expectativa de 140 mil torcedores

Elton Serra
Elton Serra, blogueiro do ESPN.com.br
Felipe Oliveira/EC Bahia
Bahia e Vitória farão uma das semifinais da Copa do Nordeste em 2017
Bahia e Vitória farão uma das semifinais da Copa do Nordeste em 2017

A partir do próximo dia 23 de abril, a Copa do Nordeste começa a conhecer seus finalistas da edição 2017. Com dois tradicionais clássicos do futebol brasileiro, a competição chega às semifinais reunindo as quatro maiores forças da região nos últimos anos, além de acumular 10 dos 14 troféus já levantados no Nordestão em décadas de história e rivalidade.

Bahia e Vitória, juntos, possuem seis títulos da Copa do Nordeste - dois tricolores e quatro rubro-negros (o Leão possui um quinto, mas com o nome de Torneio José Américo Filho, conquistado em 1976 e reconhecido pela CBF em 2012). O Vitória, inclusive, é o maior vencedor do torneio. Com a melhor campanha na atual edição, a equipe de Guto Ferreira jogará a segunda partida na Arena Fonte Nova, onde mantém a maior invencibilidade como mandante entre os clubes da Série A: 18 partidas. Já o time de Argel Fucks detém o melhor aproveitamento de pontos do país, com 88,3%: 20 jogos, com 17 vitórias, dois empates e apenas uma derrota.

Já Santa Cruz versus Sport, o maior clássico de Pernambuco, reúne quatro taças. O tricolor, atual campeão, conquistou seu único título ao bater o Campinense, ano passado. O Leão da Ilha, com três conquistas, faturou o seu último em 2014. O Santa decide a vaga na final em casa, fato que está longe de ser uma vantagem se olharmos o retrospecto recente do confronto: nos últimos 10 jogos no arruda, três vitórias do Sport, três da Cobra Coral e outros quatro empates. Por outro lado, o rubro-negro de Ney Franco não perde na Ilha do Retiro há 11 jogos. Equilíbrio que deve ser a tônica do "Clássico das Multidões".

Gazeta Press
Santa Cruz e Sport ficaram no empate no Arruda
Santa Cruz e Sport: 'Clássico das Multidões' também no Nordestão

Para o clássico Ba-Vi, são esperados mais quase 80 mil torcedores nas duas partidas. Com a capacidade da Arena Fonte Nova beirando os 45 mil, enquanto o Barradão mantém seus 35 mil há anos, a expectativa é de que todos os ingressos que serão colocados à venda sejam vendidos.

A expectativa no Recife é a mesma. O Santa Cruz, ano passado, colocou mais de 36 mil torcedores na final do Nordestão, contra o Campinense, enquanto o Sport deve se aproximar dos 27 mil ingressos normalmente colocados à venda em grandes jogos. Em 2016, Santa e Sport se enfrentaram pelas finais do Campeonato Pernambucano: 30.163 pagantes estiveram no Arruda, e outros 27.493 compareceram ao jogo na Ilha do Retiro.

Somando-se as quatro partidas, o público total pode ultrapassar a marca de 140 mil torcedores.

Ney Franco exalta 'elenco recheado' do Sport e conta com Daniel Paulista

Os confrontos das semifinais também traz algumas questões curiosas. Três dos treinadores semifinalistas foram campeões catarinenses nas últimas três temporadas - Vinícius Eutrópio faturou o estadual com o Figueirense, em 2014; Argel levou o time de Florianópolis ao bicampeonato em 2015; e Guto Ferreira levantou a taça com a Chapecoense, ano passado. Ney Franco nunca trabalhou em Santa Catarina, mas conquistou o Campeonato Paranaense em 2010, dirigindo o Coritiba - seu último título estadual.

Os jogos de ida da Copa do Nordeste acontecerão dia 23 de abril, um domingo. Os confrontos de volta estão marcados para dia 26, quarta-feira. Salvador e Recife já começam a viver o que se desenha a maior semifinal da história da competição.

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Do ostracismo no Palmeiras à evolução tática no Bahia: os passos de Régis, o 'homem-chave' de Guto Ferreira

Elton Serra
Elton Serra, blogueiro do ESPN.com.br
Marcelo Malaquias/FramePhoto/GazetaPress
Regis Comemora Gol Bahia Ceara Serie B 29/10/2016
Com oito gols, Régis é o artilheiro do Bahia na temporada 2017

Régis se transformou no principal jogador do Bahia em 2017. Com sete gols e duas assistências, o meia tem se garantido entre os titulares com muita folga, a ponto de colocar Renato Cajá no banco de reservas e "provocar" a saída do jogador para a Ponte Preta, após o tricolor baiano dispensá-lo. Um momento pelo qual o ex-Palmeiras jamais viveu em sua carreira.

Com 24 anos, Régis foi revelado nas categorias de base do São Paulo, numa safra que também revelou Casemiro e Lucas, mas nunca deve oportunidades no tricolor do Morumbi. Na época em que subiu para o profissional, enfrentou forte concorrência no meio-campo e sequer foi visto pelo então técnico Ney Franco. Rodou por Paulista de Jundiaí, América-RN e Chapecoense, até chegar ao Sport em 2014, clube por onde teve mais chances, mas não conseguiu se firmar.

Régis sempre foi um meia-atacante, por ter velocidade nas transições ofensiva e defensiva, além de ter facilidade para fazer infiltrações na área adversária e finalizar com eficiência. No Sport, foi muitas vezes utilizado como um meia armador, atuando centralizado na linha de três do 4-2-3-1 de Eduardo Baptista, e responsável por municiar o setor ofensivo, formado por pontas rápidos e um centroavante fixo. Com a chegada de Diego Souza ao Leão da Ilha, perdeu espaço por não se adaptar como um jogador de lado de campo. No total, são 62 jogos pelo Sport, com apenas nove gols marcados.

Régis, com apenas 23 anos, parecia estagnar sua carreira no futebol. No Palmeiras de Marcelo Oliveira e Cuca, foram apenas quatro jogos - zero como titular - e nenhum gol marcado. No total, foram 135 minutos com a camisa alviverde, quase todos eles atuando como meia central no 4-1-4-1 dos dois treinadores. Com Robinho e Dudu como os preferidos do Palmeiras, Régis não viu seu futebol evoluir.

SERGIO BARZAGHI/Gazeta Press
Regis Apresentacao Palmeiras 15/01/2016
No Palmeiras, Régis não conseguiu ser titular em nenhuma partida

Transformação no Bahia

Guto Ferreira conseguiu explorar o que Régis tem de melhor, mas sem mudá-lo de posição. Chegou ao Bahia para disputar uma vaga no time com o experiente Renato Cajá, meia-armador clássico, e ganhou a batalha ao entregar o que o técnico tricolor precisava: dinâmica na armação das jogadas e, principalmente, poder de decisão no último terço do campo, quebrando a última linha adversária com tabelas e infiltrações na área. Na Série B, marcou quatro gols e deu outras quatro assistências, superando os números de Cajá na competição.

Para Guto, Régis funciona muito mais como um meia-atacante atuando centralizado. O Bahia conta com uma dupla de armadores pelos lados, normalmente formada por Zé Rafael e Allione, e dá liberdade para o jogador encostar em Hernane. Na partida contra o Sergipe, na última quarta-feira, cansou de entrar na área para finalizar e, além do gol e da assistência para o gol de Matheus Reis, fez um corta-luz que resultou no gol do próprio Zé Rafael.

Régis fala de bom momento do Bahia e comenta seu futuro na equipe

Régis caminha para a terceira Série A de sua carreira, mas agora mostra amadurecimento para encarar uma titularidade na competição. Com números que superam suas performances em seus clubes anteriores, tem tudo para voltar a ser desejado por outras grandes equipes do futebol brasileiro - tem contrato de empréstimo com o Bahia até o fim da temporada, e vínculo com o Sport até 2019. Taticamente mais maduro, segue contribuindo para o bom desempenho ofensivo do tricolor baiano em 2017.

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R$ 9 milhões x R$ 690 mil: quartas da Copa do Nordeste opõem 'ricos' e 'pobres' em cada lado

Elton Serra
Elton Serra, blogueiro do ESPN.com.br
GazetaPress
Campinense superou o favoritismo do Sport e venceu nos pênaltis
Em 2016, Campinense superou o favoritismo do Sport na semifinal e venceu nos pênaltis

As quartas de final da Copa do Nordeste começam na próxima semana, e os confrontos prometem ser bastante equilibrados, pelo menos dentro de campo. Bahia x Sergipe, Vitória x River-PI, Sport x Campinense e Santa Cruz x Itabaiana-SE decidirão quem serão os quatro melhores da competição, que podem ditar uma tendência bem comum no torneio: a disparidade de folhas salariais. De um lado, são R$ 9,65 milhões de orçamento mensal com os times; do outro, modestos R$ 690 mil. Significa que, por exemplo, os salários de Diego Souza, Cleiton Xavier e Renato Cajá, somados, poderiam pagar a folha de quatro quadrifinalistas do Nordestão, com sobras.

Bahia (R$ 3 milhões) x Sergipe (R$ 150 mil)

O Bahia possui duas vantagens consideráveis para o confronto. A primeira é a manutenção da espinha dorsal do time desde o ano passado, e que chegou a um padrão tático próximo do ideal na visão de seu treinador, Guto Ferreira. Os zagueiros Tiago e Jackson, o volante Juninho, o meia Régis e o atacante Hernane são os pilares do tricolor desde a Série B de 2016. A segunda é o retrospecto como mandante: o Bahia acumula, desde que Guto foi contratado em junho passado, apenas uma derrota. Decidirá na Fonte Nova seu futuro na Copa do Nordeste. O tricolor terminou a primeira fase com a melhor campanha e foi a primeira equipe a não sofrer gol nos seis primeiros jogos do torneio.

O Sergipe fez uma campanha equilibrada na primeira fase, perdendo a liderança do Grupo E apenas na última rodada, diante do Vitória. No entanto, não conseguiu se impor diante dos grandes do Nordeste - perdeu as duas partidas para rubro-negro baiano, além de ter sido derrotado pelo Bahia na Copa do Brasil. Tem no atacante Hiago a sua principal arma, já que o atacante marcou cinco gols e é o artilheiro do Nordestão.

Felipe Oliveira/EC Bahia
Bahia e Sergipe se enfrentaram pela Copa do Brasil em 2017
Bahia e Sergipe se enfrentaram pela Copa do Brasil em 2017; tricolor levou vantagem

Vitória (R$ 3 milhões) x River-PI (R$ 150 mil)

Dos clubes do Nordeste, o Vitória foi o que mais investiu em jogadores na atual temporada. Saltou a folha de R$ 2,3 para R$ 3 milhões em 2017, contratando atletas como o zagueiro Fred, os meias Dátolo e Cleiton Xavier, e o atacante André Lima. Com Argel Fucks no comando, é o time com segundo melhor aproveitamento de pontos entre os clubes que disputarão a Série A. Apesar do desempenho muitas vezes contestável, mostra força para bater seus adversários nas três competições que tem disputado até agora.

Já o River-PI foi o time mais ousado da primeira fase. Num grupo onde os favoritos eram Sport e Sampaio Corrêa, conseguiu brigar pela liderança da chave até a última rodada. Fora de casa, acumulou dois triunfos e um empate na Ilha do Retiro. O atacante Viola, com quatro gols, é o destaque do time piauiense. O outro trunfo do River é o estádio Lindolfo Monteiro, que tem gramado muito irregular e dificulta o toque de bola de equipes mais técnicas.

Sport (R$ 3 milhões) x Campinense-PB (R$ 270 mil)

Sob o comando do técnico Daniel Paulista, o Sport ainda não engrenou. Vivendo de atuações inconstantes, sofre com a descontinuidade da equipe titular e a falta de rivais de boas referências técnicas dentro do Campeonato Pernambucano, com exceção de Santa e Náutico. Apesar disso, tem valores individuais que desequilibram jogos, a exemplo do meia Diego Souza, convocado por Tite para os últimos jogos nas Eliminatórias. Na Copa do Nordeste, quem tem feito a diferença é o rápido atacante Rogério.

O Campinense é um dos times mais perigosos da competição. Não à toa, foi campeão em 2013 eliminando o Sport nas quartas, e chegou à decisão em 2016 passando pelo Leão da Ilha na semifinal. Vice-líder do Grupo A, perdeu a primeira posição na última rodada, quando foi derrotado pelo Santa Cruz. O time paraibano chega à segunda fase sem o técnico Sérgio China que, apesar de ter classificado a Raposa, foi demitido na semana passada.

Os donos da casa: veja quais são os clubes da Série A que estão a mais tempo sem perder

Santa Cruz (R$ 650 mil) x Itabaiana-SE (R$ 120 mil)

Com o rebaixamento à Série B do Brasileiro, a diretoria do Santa Cruz resolveu reduzir a folha salarial e fazer investimentos mais modestos. Atual campeão do Nordeste, o time pernambucano conseguiu ser o melhor do Grupo A, que tinha também o eliminado Náutico. O técnico Vinícius Eutrópio prega o discurso de que a equipe ainda está em formação, e por isso ainda não encontrou a formação ideal para a temporada. O destaque do time é o goleiro Júlio César, líder de uma defesa que sofreu apenas dois gols na competição.

O Itabaiana, que terminou como líder do Grupo D, deu azar ao ser o último dos primeiros colocados e decidirá a vaga nas quartas fora de casa. Com um equilíbrio refletido nos números (seis gols marcados e seis sofridos), o time sergipano tem no conjunto a sua maior virtude. A dupla formada pelo meia Igor Alves e o atacante Diego Neves é responsável por 66% dos gols do Itabaiana na Copa do Nordeste - cada um marcou dois gols.

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Após indisciplina, Renato Cajá treina separado no Bahia. Saída do meia não está descartada

Elton Serra
Elton Serra, blogueiro do ESPN.com.br
Felipe Oliveira/EC Bahia
Renato Cajá se recusou a entrar em campo pela Copa do Nordeste
Renato Cajá se recusou a entrar em campo pela Copa do Nordeste

A desobediência de Renato Cajá pode interferir diretamente no futuro do jogador no Bahia. O meia, que se negou a entrar em campo nos minutos finais do jogo contra o Fortaleza, pela Copa do Nordeste, será punido pela diretoria do clube, que não descarta negociá-lo em breve.

Na reapresentação do grupo nesta quinta-feira, no CT do Fazendão, Renato Cajá treinou apenas na academia, enquanto os outros jogadores que não enfrentaram o Fortaleza fizeram um trabalho no campo. O normal seria que o camisa 10 do Bahia estivesse integrado ao grupo que fez atividade com bola, sob o comando deGuto Ferreira. A diretoria do clube conversou com o treinador sobre Cajá, mas não revelou publicamente se houve punição financeira por sua atitude na Fonte Nova, nem qual será a medida adotada a partir de agora.

A relação de Renato Cajá com o Bahia já não é tão confortável. O jogador, após perder a titularidade para Régis, ficou próximo de deixar o tricolor e voltar à Ponte Preta - chegou até a pedir dispensa da concentração para se dedicar à negociação. No entanto, a diretoria baiana não aceitou a proposta do clube paulista, que queria o meio-campista por empréstimo e pagando apenas parte dos R$ 300 mil de seus salários, frustrando as pretensões de Cajá. Apesar de o Bahia demonstrar publicamente seu interesse na permanência do jogador e seu empresário, o ex-jogador Cláudio Guadagno, afirmar que seu cliente estava feliz no clube, o que se viu nas últimas semanas foi um atleta totalmente fora de sintonia com o grupo.

BB Nordeste analisa os oito classificados para as quartas da Copa do Nordeste

Com um jogador de salário alto dentro do clube, o Bahia tenta encontrar a melhor forma de equacionar o problema. Não é de interesse da diretoria em emprestar o meia pagando parte de seus vencimentos. Por isso, quem estiver disposto a contratar Renato Cajá, terá que negociar diretamente com o staff do atleta o seu salário. O jogador de 32 anos tem vínculo com o tricolor até o final de 2017, e por isso a multa rescisória é pequena - mesmo que haja um acordo para que ela não seja paga, o Bahia economizaria cerca de R$ 3 milhões com a saída de Cajá.

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Com dois CTs, Bahia deverá abrir mão de um deles. Sócios decidirão futuro

Elton Serra
Elton Serra, blogueiro do ESPN.com.br
Divulgação/EC Bahia
Bahia deve mudar toda a sua estrutura para a Cidade Tricolor ainda em 2017
Bahia deve mudar toda a sua estrutura para a Cidade Tricolor ainda em 2017

O Bahia, enfim, conseguiu obter a posse definitiva da Cidade Tricolor, centro de treinamentos construído em 2013 pelo clube. Um imbróglio que durava quase três anos, mas que terminou após a diretoria receber a homologação do acordo feito com a construtora responsável pelas obras.

Para você que não está entendendo nada, vamos à explicação resumida dos fatos:

O Bahia, em 1979, construiu o Fazendão, centro de treinamentos que hoje é utilizado pelo clube. Com o crescimento da região metropolitana de Salvador e a valorização da área onde se encontra o CT, a antiga diretoria, comandada pelo ex-presidente Marcelo Guimarães Filho, viu a oportunidade de fazer negócio com a construtora OAS, que adquiriu o Fazendão e, em troca, construiu um novo local de treinamentos em Dias D'Ávila, município distante 56 km da capital. O Bahia, ainda em contrapartida, teria que desembolsar cerca de R$ 10 milhões à OAS pelo equipamento, batizado pelo clube de Cidade Tricolor.

Felipe Oliveira/EC Bahia
Time profissional e categorias de base do Bahia treinam no Fazendão
Time profissional e categorias de base do Bahia treinam no Fazendão

Porém, em 2013, Marcelo Guimarães Filho transferiu a propriedade do Fazendão para a OAS. A construtora, em seguida, utilizou o centro de treinamentos como garantia para a Planner, corretora que trabalha no mercado financeiro com valores imobiliários. Em auditoria feita pela gestão de Fernando Schmidt, presidente que sucedeu Guimarães, a transação foi considerada irregular e foi parar na Justiça - depois do Bahia tentar fazer acordo com a OAS. O impasse só se resolveu nos últimos dias, quando o Bahia chegou a um novo acordo com a construtora e a Planner: o clube terá que pagar R$ 6 milhões para a instituição financeira, além de ceder, em juízo, um valor em moedas imobiliárias, conhecidas como Transcons. Agora, com dois CTs em mãos, o tricolor busca definir seu futuro.

Nos bastidores, percebe-se que a intenção da diretoria do Bahia é permanecer com apenas um dos centros de treinamentos. A Cidade Tricolor é a preferida, já que a intenção é ter um CT de alto nível - e o novo imóvel viabiliza a ideia. A estimativa é de que o clube desembolse mais de R$ 3 milhões na recuperação do equipamento, que desde 2013 está inativo e sem manutenção. O Bahia também acredita que muita coisa hoje utilizada no Fazendão deve ser aproveitada no novo CT, como os aparelhos da academia e os móveis das divisões de base, por exemplo. Ainda em 2017 é possível ver o time utilizando a Cidade Tricolor.

Régis fala de bom momento do Bahia e comenta seu futuro na equipe

Em contrapartida, o Fazendão passa a ser um problema a ser gerido pelo Bahia. O presidente Marcelo Sant'Ana ainda não expõe a intenção do clube publicamente, mas a tendência é de que o antigo CT seja colocado à venda, devido à valorização do local, mesmo que o negócio não aconteça na atual gestão. O clube, também, não tem capacidade financeira de administrar dois imóveis grandiosos, e por isso o Fazendão pode deixar de existir em breve. Com isso, os sócios decidirão o futuro do centro de treinamentos - primeiro elegendo o presidente nas eleições do final do ano; segundo votando, em assembleia geral, pela venda (ou não) do equipamento, caso seja desejo da diretoria.

Na busca por retomar seu crescimento e realcançar protagonismo nacional, o Bahia vai fortalecendo algo fundamental para um clube de futebol, que é sua estrutura física. Agora tem um baita problema para resolver - algo que, certamente, muitos concorrentes também gostariam de ter.

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Com dois CTs, Bahia deverá abrir mão de um deles. Sócios decidirão futuro

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'Capacidade de sofrimento fantástica': Argel Fucks escancara sua obsessão por resultados

Elton Serra
Elton Serra, blogueiro do ESPN.com.br
Divulgação/EC Vitória
Técnico Argel Fucks tem o terceiro melhor aproveitamento entre os times da Série A em 2017
Vitória de Argel Fucks tem o terceiro melhor aproveitamento entre os times da Série A em 2017

O Vitória segue como um dos times que apresenta os resultados mais consistentes do futebol brasileiro em 2017. Ao eliminar o Vasco da Copa do Brasil, o rubro-negro atingiu a marca de 84,4% de aproveitamento na temporada, com apenas uma derrota em 15 partidas - tem números inferiores apenas aos do Cruzeiro, dentre os clubes que disputarão a Série A. Resultados que dão vida mais tranquila ao técnico do time baiano.

Argel Fucks é um técnico que vive de resultados. Quando chegou ao Vitória, gabou-se de evitar que times como Criciúma e Figueirense caíssem para a Série B. Nas últimas três temporadas foi acionado apenas para apagar incêndios em clubes desesperados, como um bombeiro pronto para atender chamadas de emergência. Diante destes cenários, não tinha como priorizar bons desempenhos de suas equipes: o resultado, independentemente da atuação, tornou-se obsessão na carreira do gaúcho.

A diretoria do Vitória não tinha Argel como favorito ao cargo, mas, por falhar nas negociações com treinadores de sua preferência, optou pela renovação de contrato do técnico. Com um elenco fortalecido em relação ao grupo que quase rebaixou o time à Série B na última temporada, a cúpula rubro-negra mudou a filosofia do clube. Deixou de apostar nos garotos da base para contratar jogadores de currículos consolidados. Ao montar um grupo mais experiente, abriu mão de ter um técnico de um perfil diferente, pois achou que atletas mais talentosos dariam conta do recado com qualquer comandante. Se depender dos resultados, Fucks está mais que aprovado.

Argel não esconde que vencer é mais importante que jogar bem - apesar de discursar, às vezes, que procura um time que apresente um futebol mais organizado. Inconscientemente, deixa escapar seu pensamento sobre o jogo, quando declara que sua equipe "teve uma capacidade de sofrimento fantástica" na partida de ida contra o Vasco, em São Januário.

Confira o gol do triunfo por 1 a 0 do Vitória sobre o Vasco 

Nas mãos do treinador, o Vitória tem desempenhos inconstantes e resultados satisfatórios. É uma equipe que transita entre o 4-2-3-1 e o 4-3-3, mas vive, muitas vezes, uma instabilidade capaz de travar a evolução tática do time. Mesmo com contratações que qualificam ainda mais o elenco em relação à última temporada, Argel explora muito mais a capacidade física e mental de seus atletas. Um meio-campo técnico, com jogadores como Cleiton Xavier e Dátolo, por exemplo, fica refém de ligações diretas da defesa para o ataque. O rubro-negro oscila nas suas transições ofensivas e muitas vezes joga de maneira espaçada, oferecendo campo para seus adversários jogarem até com certa tranquilidade. Esse tipo de jogo despertou desconfiança em parte da torcida e da imprensa, que entendem que desempenhos mais equilibrados serão fundamentais para se dar bem no Campeonato Brasileiro, uma competição tecnicamente superior à todas as outras disputadas no primeiro semestre.

Contra o Vasco, o Vitória apresentou evolução, apesar de ainda sofrer com os mesmos problemas táticos. Foi o primeiro time de Série A que o rubro-negro enfrentou na temporada, e conseguiu ser superior nas duas partidas. Apesar do alvinegro carioca não viver seus melhores momentos, ficou clara a intenção da equipe baiana em querer sair do pragmatismo. A classificação para a quarta fase da Copa do Brasil deu um belo respiro a Argel Fucks.

O trabalho do técnico do Vitória revive uma discussão que tem se tornado recorrente no futebol brasileiro: é mais importante ter um time com desempenhos consistentes, ou os resultados ainda devem ditar o esporte no país? Enquanto o Brasil tenta achar a resposta, Argel segue sendo uma máquina de fabricar três pontos.

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Legião sul-americana: os 15 estrangeiros que atuam na Copa do Nordeste

Elton Serra
Elton Serra, blogueiro do ESPN.com.br
Williams Aguiar/Sport Club do Recife
Lateral-esquerdo Mena foi emprestado ao Sport até o fim da temporada
Lateral-esquerdo Mena foi emprestado ao Sport até o fim da temporada

A Copa do Nordeste ganhou o apelido de 'Lampions League', fazendo relação com a principal competição de clubes da Europa, mas se aproxima muito mais da Copa Libertadores. Com 15 jogadores estrangeiros na competição (todos sul-americanos), o Nordestão conhece sua edição com mais jogadores não-brasileiros da história.

O Vitória, equipe que mais investiu em jogadores na temporada, conta com quatro 'gringos' - três deles contratados em 2017. Sport e Santa Cruz possuem três atletas, cada, enquanto o Bahia adquiriu dois sul-americanos na última janela. Fortaleza, River-PI e ABC contam com um jogador, cada. São três uruguaios, um paraguaio, dois chilenos, quatro colombianos e cinco argentinos. Vamos à eles.

Gastón Filgueira, zagueiro, Uruguai. Jogador de 31 anos, Gastón atua no futebol brasileiro desde 2014, quando foi contratado pelo Náutico. Revelado no Central Español-URU, passou por clubes tradicionais da América do Sul, como o Arsenal de Sarandí e o Nacional de Montevidéu, o beque uruguaio conquistou a Copa Sul-Americana de 2007 pelo clube argentino. Foi contratado pelo Fortaleza no início da atual temporada e é titular do time treinado por Marquinhos Santos.

Oswaldo Henríquez, zagueiro, Colômbia. O defensor do Sport, de 27 anos, se destacou no Millonarios, em 2011, e passou pelos mexicanos Querétaro e Chiapas. Chegou à Ilha do Retiro em 2016, mas não se firmou. Na atual temporada fez apenas três partidas, todas elas pelo Campeonato Pernambucano.

Oscar Brizuela, zagueiro, Uruguai. Com 26 anos, Brizuela atua no Brasil desde 2013, quando foi contratado pelo Anápolis-GO. Jogou também pelos goianos Anapolina e Caldas, e desmbarcou no River-PI em janeiro. É titular absoluto da defesa piauiense.

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Gabriel Vallés, lateral-direito, Argentina. Contratado pelo Santa Cruz na temporada passada, o jogador de 30 anos ainda não teve grandes oportunidades no tricolor pernambucano. Chegou ao clube em agosto, mas o Santa perdeu o prazo de inscrição do lateral no Campeonato Brasileiro e na Copa Sul-Americana. A diretoria resolveu estender o vínculo de Vallés até o final de 2017, mas o argentino segue amargando a reserva de Vitor. O jogador do Santa foi revelado no Godoy Cruz em 2003 e foi contratado pelo Independiente em 2010 - no entanto, em ambos os clubes, não foi regularmente utilizado.

Eugenio Mena, lateral-esquerdo, Chile. O jogador de 28 anos desembarcou no Sport nesta temporada, mas está no Brasil desde 2013, quando foi contratado pelo Santos. Foi adquirido pelo Cruzeiro e foi emprestado ao São Paulo, antes de chegar à Ilha do Retiro. Antes de atuar no futebol brasileiro, se destacou em terras chilenas atuando por Santiago Wanderers e Universidad de Chile - clube onde faturou a Copa Sul-Americana de 2011. Experiente, Mena jogou a Copa do Mundo de 2014 e as duas últimas edições da Copa América, conquistando o bicampeonato da competição continental.

Pablo Armero, lateral-esquerdo, Colômbia. Mais experiente dos sul-americanos que atuam na Copa do Nordeste, o jogador de 30 anos começou a carreira no América de Cali, por onde conquistou seu único titulo profissional: o Toneio Clausura de 2008. Com grande destaque na Libertadores, Armero foi contratado pelo Palmeiras em 2009 e vendido à Udinese um ano e meio depois. O lateral também passou por Napoli, West Ham, Milan e Flamengo, e na temporada 2017 defende o Bahia.

Felipe Oliveira/EC Bahia
Com vários clubes europeus no currículo, Armero retornou ao Brasil para defender o Bahia
Com vários clubes europeus no currículo, Armero retornou ao Brasil para defender o Bahia

Eduardo Echeverría, meia, Paraguai. Com um currículo modesto, Echeverría jogou por clubes pequenos de seu país, como Silvio Pettirossi e Sportivo Carapeguá. Teve passagens discretas pela LDU e pelo Olimpia. Chegou ao Brasil em 2016 para defender o Feirense-BA, mas logo se transferiu para o ABC, onde garantiu titularidade e confiança do técnico Geninho.

Sherman Cárdenas, meia, Colômbia. Sensação do Atletico Nacional nas temporadas 2013 e 2014, o canhoto de 28 anos foi revelado pelo Atlético Bucaramanga, mas destacou-se atuando pelo Junior Barranquilla. Contratado pelo Atlético-MG em 2015, não conseguiu a adaptação necessária para manter-se na equipe treinada por Levi Culpi. Retornou ao Nacional, mas logo foi adquirido por empréstimo pelo Vitória. Ano passado, foi titular durante boa parte do Campeonato Brasileiro, mas na atual temporada amarga o banco de reservas.

Leonardo Pisculicchi, meia, Argentina. 'El Héroe de River', como é conhecido o jogador de 33 anos, destacou-se vestindo a camisa do River Plate. No gigante argentino, conquistou a Sul-Americana de 2014 e a Libertadores de 2015. Antes de se tornar ídolo nos 'Milionários', Pisculicchi defendeu o Argentinos Juniors e se aventurou no Mallorca e no Shandong Luneng. Foi contratado pelo Vitória no início da atual temporada, mas segue se recuperando de uma grave lesão muscular.

Jesús Dátolo, meia, Argentina. Com 32 anos, o jogador revelado no Banfield tem inúmeros títulos no currículo. Pelo Boca Juniors, consquistou a Recopa Sul-Americana duas vezes (2006 e 2008) e a Copa Libertadores, em 2007. Pelo Internacional, faturou dois títulos gaúchos. Já no Atlético-MG, levantou um estadual, a Copa do Brasil e a Recopa Sul-Americana. Defendeu também clubes como Napoli, Olympiacos e Espanyol, e veste a camisa do Vitória deste o início de 2017.

Mauricia da Matta/EC Vitória
Vitória é o terceiro time brasileiro na carreira do meia Jesús Dátolo
Vitória é o terceiro time brasileiro na carreira do meia Jesús Dátolo

Augustín Allione, meia, Argentina. Com apenas 22 anos, Allione está no Brasil desde 2014, quando foi contratado pelo Palmeiras junto ao Vélez Sarsfield, por onde conquistou o Campeonato Argentino da temporada 2012-2013. Mesmo sem muitas chances no alviverde paulista, ostenta no currículo a Copa do Brasil de 2015 e o Campeonato Brasileiro do ano passado. Contratado pelo Bahia no início da atual temporada, tenta se firmar entre os titulares do técnico Guto Ferreira.

Federico Gino, meia, Uruguai. O jogador do Santa Cruz tem nacionalidade uruguaia, mas nasceu no Brasil - por isso até não entra na cota de estrangeiros do clube. Criado no nosso país vizinho desde criança, o meia de 24 anos começou a carreira no Defensor Sporting e foi contratado pelo Cruzeiro em 2016. Chegou por empréstimo ao time pernambucano em fevereiro. Gino tem uma rápida passagem pelo Carpi, e por isso também tem nacionalidade italiana.

Reinaldo Lenis, atacante, Colômbia. Apesar do país natal, o jogador de 24 foi formado nas categorias de base do Argentinos Juniors e nunca atuou em equipes profissionais colombianas. Chegou ao Sport ano passado, mas não garantiu titularidade - apesar de ter atuado em 35 jogos da última temporada. Entrou em campo em apenas duas partidas da Copa do Nordeste, ambas vindo do banco de reservas.

Facundo Parra, atacante, Argentina. Experiente, o centroavante de 31 anos chegou ao Santa Cruz em fevereiro e estreou no clássico contra o Náutico, pela Copa do Nordeste. Revelado no Chacarita Juniors, da Argentina, Parra jogou por Independiente, Atalanta, Asteras Tripolis-GRE e Atletico Rafaela-ARG, sem muito destaque. O jogador segue fora da equipe, devido a uma lesão na panturrilha.

Jean Paul Pineda, atacante, Chile. Com 27 anos, Pineda rodou por vários clubes chilenos, mas destacou-se no Unión La Calera, por onde foi artilheiro do campeonato nacional, marcando 19 gols na temporada 2014-2015. Foi contratado pelo Vitória após passagem frustrada pelo Córdoba, da Espanha, e alterna titularidade no time de Argel Fucks com Gabriel Xavier e David.

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'A Colômbia não é tudo de ruim que mostram na TV', relembra o agora tricolor Pablo Armero

Elton Serra
Elton Serra, blogueiro do ESPN.com.br
Felipe Oliveira/EC Bahia
Para defender seu estilo de jogo, Armero usou diversos exemplos de laterais que atuam na Europa
Para defender seu estilo de jogo, Armero usou diversos exemplos de laterais que atuam na Europa

Pablo Armero já passou por Palmeiras, Flamengo, Udinese, Napoli, Milan e West Ham. Após deixar o América de Cali, visitou diversos países, jogou Copa do Mundo e Champions League. Olhando para toda essa história, nem parece que o lateral colombiano tem 30 anos de idade. Porém, mesmo com a vasta experiência, 'Miñía', como é conhecido em sua terra natal, tenta no Bahia o seu primeiro título fora da Colômbia.

Armero disse estar se sentindo à vontade em Salvador. Pelo fato de ter ficado sem atuar desde o final da temporada 2015-2016 na Europa, tem sido tratado com muito cuidado pelo técnico Guto Ferreira. No rodízio feito no Bahia, atuou em apenas cinco jogos, mas ainda não balançou as redes adversárias - apesar de ter acertado a trave do Altos-PI, em Teresina, pela Copa do Nordeste. Longe dos holofotes, o lateral tenta recuperar seu prestígio internacional e voltar a ser lembrado por José Pékerman, treinador da seleção de seu país. Entre uma palestra de Guto e um treinamento tático no CT tricolor, Armero bateu um rápido papo com o blog.

Como está sua adaptação à Bahia? É mais fácil por você ter atuado no Brasil outras duas vezes?

Está muito tranquila. Salvador é uma cidade muito bonita, e o povo parece muito com o colombiano. Meu foco tem sido no trabalho, em fazer o melhor para o Bahia. Quero ajudar o time, meus companheiros, fazer o que o treinador me pede, fazer o Bahia mais forte.

O jogador colombiano se assemelha ao brasileiro pelo improviso e individualidade. Sua passagem pelo futebol italiano lhe deu mais consciência tática?

O futebol italiano dá muita ênfase à parte tática, mas também busca jogadores técnicos. Lateral tem que defender, mas também precisam saber atacar. Essa história mudou. Veja, por exemplo, jogadores como Lichtsteiner, Daniel Alves, Alex Sandro e outros. A gente precisa defender, mas também tem obrigação de atacar quando tiver espaço. Joguei assim na Udinese, no Napoli e no próprio Milan.

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Falando nisso, você é rotulado como um lateral muito bom ofensivamente, mas deixa a desejar na defesa. Como encara esse ponto de vista?

É questão tática, de treinamento. Eu sou um lateral que gosto de atacar, mas também gosto de defender. Acho que o futebol é um complementar o outro, é trabalho de grupo. Como lateral, se vou atacar, preciso ter um companheiro que me ajude ali atrás. Se meu volante vai atacar, eu tenho que cobrir ele. Se você observar os times grandes da Europa, todos os laterais atacam. Para se ganhar um jogo você precisa ter surpresas, e um lateral é surpresa no futebol.

A tragédia da Chapecoense trouxe para o Brasil uma imagem dos colombianos jamais vista por aqui. A reação dos brasileiros lhe surpreendeu?

Como colombiano, fiquei triste com o que aconteceu. Foi triste para todo mundo. Não quero que aconteça isso com ninguém, mas todo mundo sabe que o colombiano tem sua civilidade e sua fortaleza. Eles iriam ajudar e apoiar, com certeza. Tudo o que foi mostrado, a solidariedade, acho que todos precisam saber que a Colômbia não é tudo de ruim que mostram na TV. O colombiano é amável, é solidário. A Colômbia tem belezas naturais, tem miss, tem mulheres bonitas, boa música... se por um lado fico triste pela tragédia, também fico feliz que o mundo tenha enxergado a verdadeira Colômbia.

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Organizadas da dupla Ba-Vi estão proibidas nos estádios. Punições na Bahia ainda são leves

Elton Serra
Elton Serra, blogueiro do ESPN.com.br
Francisco Galvão/EC Vitória
Principal uniformizada do Vitória foi suspensa por 60 dias dos estádios
Principal uniformizada do Vitória foi suspensa por 60 dias dos estádios

A Bahia, conhecida por ter estádios cheios, coloridos e com muita festa, também já é lugar onde se encontra brigas de torcidas, mortes e inúmeras proibições. A última delas envolveu as principais organizadas de Bahia e Vitória, que foram punidas pela Polícia Militar após mais um conflito nas ruas de Salvador.

A guerra entre torcidas organizadas é tão acirrada que acontece até em eventos que não envolvem o futebol. Em fevereiro, integrantes da Bamor entraram em confronto com Os Imbatíveis durante uma partida de basquete - o detalhe é que estavam em quadra os times do Vitória e do Vasco. Como a organizada tricolor é aliada da torcida Vascão Salvador, resolveu bater de frente com os rubro-negros, gerando pânico no Ginásio Poliesportivo de Cajazeiras, localizado num bairro da periferia soteropolitana. Ninguém foi preso.

A Torcida Organizada Os Imbatíveis, aliás, se envolveu em outra briga no último mês, desta vez na cidade de Feira de Santana. A TUI, como é conhecida, confrontou a Torcida Pavilhão Jovem no estádio Jóia da Princesa, em jogo do Vitória contra o Bahia de Feira, válido pelo Campeonato Baiano. O curioso é que a Pavilhão é composta também de torcedores do Leão, e a TUI teve ajuda da organizada rubro-negra Camisa 12, para iniciar o confronto.

Felipe Oliveira/EC Bahia
Organizada do Bahia se envolveu em confusão em jogo de basquete envolvendo Vitória e Vasco
Organizada do Bahia se envolveu em confusão em jogo de basquete envolvendo Vitória e Vasco

Histórico ruim

Nos últimos meses, as organizadas têm sido notícia na Bahia pelo que fazem longe das arquibancadas. Em dezembro do ano passado, 12 torcedores de Bahia e Palmeiras foram presos por invadir um ônibus lotado de rubro-negros. Eles fecharam o veículo, atiraram pedras e agrediram as pessoas com pedaços de madeira. O episódio aconteceu horas antes de o Vitória entrar em campo contra o Palmeiras, pela última rodada do Campeonato Brasileiro.

Os desentendimentos entre torcedores do mesmo time não aconteceram somente no Vitória. Em junho passado, membros da Bamor invadiram a sede da Terror Tricolor, iniciando uma briga generalizada e que resultou em vidros quebrados e objetos roubados. Nenhum participante da confusão foi detido.

Em 2013, dois torcedores morreram após confrontos entre organizadas. Um garoto de 14 anos foi baleado após um integrante da Bamor atirar contra torcedores da uniformizada Os Imbatíveis. Após o jogo Vitória x Santos, um torcedor rubro-negro foi agredido com pauladas no subúrbio de Salvador, durante uma briga entre as duas torcidas, e morreu nove dias depois.

Medidas brandas

Neste período, poucos foram punidos severamente. Nos casos do ginásio de Cajazeiras e do Jóia da Princesa, a Polícia Militar apenas proibiu a Bamor de entrar os estádios com faixas, instrumentos musicais e bandeiras por 45 dias, mas seus integrantes podem assistir aos jogos com o uniforme da organizada. Já Os Imbatíveis e a Camisa 12 estão suspensos por 60 dias, mas nenhum torcedor está proibido de entrar nos estádios.

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A PM baiana se apoia no Termo de Ajuste de Conduta (TAC) firmado entre com o Ministério Público, Clubes, Federação Bahiana de Futebol e as organizadas para punir os vândalos, mas os incidentes seguem por não haver rigor nessas punições. Os últimos integrantes de torcidas que foram presos em Salvador não tinham envolvimento com violência, e sim com fraudes no programa de sócios do Bahia. Cinco pessoas foram apreendidas no início de fevereiro pelo Departamento de Repressão e Combate ao Crime Organizado (Draco), que é de responsabilidade da Polícia Civil e está fora do TAC firmado contra a violência no futebol baiano.

Assim como em outros grandes centros do futebol brasileiro, a violência na Bahia envolvendo torcidas organizadas acontece, na maioria das vezes, fora dos estádios - portanto, responsabilidade ainda maior do poder público. A ideia de torcida única ainda não chegou às arquibancadas soteropolitanas, mas a violência no entorno dos estádios segue assustando os que querem sair de casa para ver o seu time do coração.

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O Carnaval da Bahia e sua força nas manifestações populares: sobrou até para presidente de federação

Elton Serra
Elton Serra, blogueiro do ESPN.com.br
Divulgação
Torcedores exibem faixa contra presidente da FBF, Ednaldo Rodrigues
Torcedores exibem faixa contra presidente da FBF, Ednaldo Rodrigues

O Carnaval de Salvador é conhecido mundialmente por sua mobilização em torno de artistas renomados, blocos e trios coloridos e mistura de diversos ritmos musicais. Porém, uma parte da festa também traz manifestações populares, carregadas de críticas políticas e sociais.

É o caso do bloco "Mudança do Garcia", que sai pelo tradicional circuito do Campo Grande há mais de 80 anos, toda segunda-feira de Carnaval. Espaço onde o povo extravasa, satiriza situações do país e faz diversas críticas aos políticos e... ao futebol baiano.

Neste ano, torcedores do Bahia resolveram protestar contra o presidente da Federação Bahiana de Futebol, Ednaldo Rodrigues. Com uma faixa ostentando a hashtag #vazaednaldo e a frase "chega de incompetência", membros do grupo Revolução Tricolor desfilaram pelas ruas do centro de Salvador e fizeram referências ao tempo em que Rodrigues está no comando da entidade - são 16 anos desde que assumiu a FBF, em 2001.

Divulgação
Protesto contra o presidente da federação no tradicional circuito do Campo Grande, em Salvador
Protesto contra o presidente da federação no tradicional circuito do Campo Grande, em Salvador

A Federação Bahiana de Futebol é a nona colocada no Ranking Nacional das Federações da CBF. Nos últimos anos, foi ultrapassada pelas federações de Goiás, Santa Catarina e Pernambuco. A Bahia não coloca um clube na Série C desde 2008, quando a quarta divisão nacional foi criada e a terceirona deixou de ser formada através dos estaduais. O Campeonato Baiano de 2017 é o 14º em média de público no país, atrás do Campeonato Paraibano e da Copa do Nordeste, por exemplo, com 2.244 torcedores por jogo. A torcida também reclama da falta de prestígio da Bahia na Série A, sobretudo quando ocorrem erros de arbitragens contra a dupla Ba-Vi, e das escalas de árbitros nos jogos do Baianão - ano passado, Leandro Pedro Vuaden e Anderson Daronco falharam em lances decisivos nas finais da competição.

Ednaldo Rodrigues tem mandato garantido à frente da FBF até 2018. Tem mais um Carnaval para tentar mudar a imagem que ostenta diante da maioria dos torcedores. Porém, este ano, já foi alvo de um bloco que ficou conhecido, ao longo de sua história, por retratar fielmente a opinião da população baiana em forma de protesto irreverente, ácido e democrático.

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Bahia retorna à Arena Fonte Nova, palco de incertezas em 2017. Cidadão segue pagando prejuízo

Elton Serra
Elton Serra, blogueiro do ESPN.com.br
GazetaPress
Arena Fonte Nova ainda não recebeu jogos do Bahia em 2017
Arena Fonte Nova ainda não recebeu jogos do Bahia em 2017

O Bahia fará seu primeiro jogo na Arena Fonte Nova em 2017 na próximo dia 2 de março, contra o Altos-PI, pela Copa do Nordeste. O mando de campo tricolor estava fechado para troca do gramado, que durou cerca de dois meses. Um início de temporada para um dos estádios mais caros do mundo, que tenta cair de vez nas graças do torcedor baiano e dar menos prejuízos aos cofres públicos.

Do ponto de vista esportivo, a Fonte Nova não conseguiu transformar modernidade em fidelidade. Mais confortável que o antigo estádio, segue tendo média de ocupação inferior a 40%. Ano passado, amargou 17.200 de média de público com o Bahia na Série B - praticamente igual aos 17.201 (acredite) de 2015. Se contabilizarmos o estadual, os números caem ainda mais.

No âmbito institucional, a situação da arena é ainda mais delicada. A Cervejaria Petrópolis, dona da marca Itaipava e que detém os naming rights da Fonte Nova, reduziu em 2015 seu contrato com o consórcio em mais de 75%, deixando de pagar R$ 76,4 milhões para desembolsar apenas R$ 18,5 mi. Além disso, de acordo com o balanço divulgado pela Fonte Nova Participações ano passado (você pode conferir aqui), o equipamento causou prejuízo operacional de quase R$ 25 milhões em 2015 - as demonstrações financeiras referentes a 2016 serão divulgadas apenas no próximo mês de abril. Nos bastidores, já se comenta que a Itaipava cogita finalizar o contrato com o estádio baiano, que está firmado até 2023.

A Fonte Nova é uma Parceria Público-Privada (PPP) e, portanto, recebe dinheiro do governo baiano para diminuir seus prejuízos. Porém, o Tribunal de Contas do Estado considerou o contrato ilegal, alegando que a previsão de custos da arena subiu de R$ 200 milhões para R$ 639 mi. A PPP se viu obrigada a elaborar um estudo de readequação econômica para explicar o valor excedente, e teve sua estrutura ainda mais abalada, com as construtoras OAS e Odebrecht sendo objetos de investigações na Operação Lava Jato. A OAS, inclusive, já declarou diversas vezes o interesse de vender sua participação acionária na Arena Fonte Nova, que é dividida em 50% com a Odebrecht, mas tem sua estratégia bloqueada pelo contrato firmado com o governo do estado.

Presidente do Bahia comemora volta à Série A e faz projeções com Libertadores e até título 

O Bahia, único parceiro da Arena Fonte Nova, segue no meio de todo esse imbróglio. O acordo do tricolor com o estádio prevê uma garantia mínima de R$ 6 milhões anuais para o clube, que pode variar de acordo com a média de público. Com seu plano de sócios estagnado e sua recente distância da elite do futebol brasileiro, os ganhos do Bahia na arena estão muito abaixo do que pretende sua diretoria. Além disso, o bicampeão brasileiro ainda não conseguiu instalar a loja oficial, o memorial, a sede administrativa e a Central de Atendimento ao Sócio na Fonte, como foi planejado pelo clube após a renovação de contrato, em 2015.

De volta à Série A, o Bahia mantém as esperanças de elevar suas receitas na Fonte Nova. Enquanto isso, o consórcio busca se equilibrar após quatro anos de operação, num ano de incertezas e cenários totalmente nebulosos para as arenas da Copa do Mundo de 2014. Um legado que jamais existiu, e que segue sendo pago com nosso dinheiro.

Rafael Ribeiro / CBF
Construção da Arena Fonte Nova custou R$ 684,4 milhões
Construção da Arena Fonte Nova custou R$ 684,4 milhões
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Bahia retorna à Arena Fonte Nova, palco de incertezas em 2017. Cidadão segue pagando prejuízo

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Na contramão de Eurico, presidentes de Bahia e Vitória dão as mãos em reunião na CBF

Elton Serra
Elton Serra, blogueiro do ESPN.com.br
Lucas Figueiredo/CBF
Presidentes dos 20 clubes da Série A se reuniram na sede da CBF, no Rio de Janeiro
Presidentes dos 20 clubes da Série A se reuniram na sede da CBF, no Rio de Janeiro

O futebol brasileiro, nos últimos dias, tem visto clubes rivais se unirem em torno de ideias em comum. No Paraná, Coritiba e Atlético bateram de frente com a federação local e a TV detentora dos diretos do estadual. No Rio, Vasco e Flamengo bateram pé e não entrarão em campo com torcida única no estádio. Outra união, desta vez bem menos escancarada, é a da dupla Ba-Vi.

Bahia e Vitória participaram, na segunda-feira, do Conselho Técnico do Campeonato Brasileiro 2017. No encontro, foram votados alguns pontos polêmicos com relação à Série A, como o veto ao gramado sintético a partir do próximo ano, limite no número de atletas inscritos e venda do mando de campo para fora do estado do clube mandante. Nos três itens, tricolores e rubro-negros concordaram.

Para Marcelo Sant'Ana, presidente do Bahia, o gramado sintético não atrapalha a qualidade do jogo. "A Fifa dá o ‘ok' e as arenas têm problemas de iluminação solar. Muitos clubes também possuem gramado sintético em seus CTs", argumentou o dirigente, que se posicionou através do Twitter.

Em contato com o blog, o presidente do Vitória, Ivã de Almeida, compactua com o rival, mas fez uma ponderação. "Não gosto de tomar uma decisão sem avaliar. É preciso se permitir uma experiência maior este ano, para que tenhamos uma posição definitiva. Me posiciono favorável a um maior acompanhamento desta questão. Preciso ser coerente e sensato".

Eurico Miranda, presidente do Vasco, foi quem propôs a proibição do uso de grama sintética na Série A. Foi acompanhado pela maioria dos dirigentes presentes à reunião.

Eurico confirma iniciativa do Vasco para proibir grama sintética e explica: 'Desequilíbrio técnico'

Outro ponto discutido foi o limite de atletas inscritos na Série A. A dupla Ba-Vi defendeu a ideia de 33 jogadores e utilização da base, mas foi minoria e a proposta acabou sendo vetada. "Poderiam ter 10 trocas e livre uso do sub-20 com contrato ativo, para valorizar planejamento e equilíbrio financeiro", disse Sant'Ana, que tem mesma ideia de Ivã. "As equipes que possuem maior poder aquisitivo não estão preocupadas com a base. Elas têm dinheiro para contratar qualquer jogador. Queremos um equilíbrio técnico do campeonato, que acaba sendo desequilibrado por causa da questão econômica", disse o presidente rubro-negro.

Com relação à venda de mando de campo, único ponto em que a maioria dos clubes votou contra, tricolores e rubro-negros são unânimes. "O Bahia defende uso de um único estádio por clube em toda a Série A. Condições iguais contra cada adversário", disse Marcelo Sant'Ana. "Quando se faz essa venda, tem a questão do equilíbrio do torneio. Se um clube tem um determinado interesse dentro do campeonato e vai jogar nestas condições, você está mexendo nesse equilíbrio", ponderou Ivã de Almeida.

O presidente do Bahia, inclusive, foi quem liderou a ideia de vetar a venda de mando de campo já a partir da primeira rodada - ao contrário de boa parte dos dirigentes, que concordavam com a medida apenas nas cinco últimas.

O Bahia estreia no Campeonato Brasileiro contra o Atlético-PR, pivô da polêmica questão do gramado sintético, mas na Arena Fonte Nova. Enquanto isso, o Vitória visita o recém-promovido Avaí, na Ressacada.

O primeiro clássico Ba-Vi na Série A 2017 acontecerá na 11ª rodada, no Barradão. Até lá, tricolores e rubro-negros parecem seguir de mãos dadas na busca por condições melhores dentro da elite do futebol brasileiro.

CBF impede venda de mando a partir de 2018; veja clubes que mais jogaram fora de seus estados
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