Do 'ao infinito e além' a 'desastre à vista' e do 'Urubu precisa voltar a voar' a 'nem sinal no retrovisor': como Corinthians e Flamengo trocaram de lugar
Dezembro de 2012. O Corinthians terminava o ano mais glorioso da sua história, com os títulos da Copa Libertadores e do Mundial de Clubes. O sonho do estádio próprio enfim estava a caminho de ser realizado. O time se dava ao luxo de gastar mais de 10 milhões de euros para tirar Alexandre Pato do Milan. Na mesma data, o Flamengo amargava uma modesta 11ª colocação no Brasileiro As dívidas pareciam impagáveis. O elenco era medíocre.
Agora vamos para dezembro de 2019. O Corinthians brigou para não cair no Brasileiro. Sua dívida não para de crescer. Pagar a arena de Itaquera virou um pesadelo. Já o Flamengo, com dívida equacionada e dinheiro no caixa, tinha um ano mágico, ganhando o Brasileiro e a Libertadores com o esquadrão de Jorge Jesus.
Essa transformação radical em apenas sete anos pôde ser acompanhada pelo estudo anual do Itaú BBA com as finanças dos clubes. Em todas essas temporadas, o banco criou uma frase para resumir sua análise sobre cada time.
O blog compilou, para Corinthians e Flamengo, todas elas desde o relatório de 2013, que analisava as contas de 2012, até o levantamento deste ano, com os números de 2019. E por elas se pode entender como os dois times mais populares do país inverteram seus caminhos.
Há sete anos, o Itaú perguntava se o Corinthians estava indo "ao infinito e além". E começava com uma descrição que hoje parece impossível para o clube. "O clube de maior Receita e maior geração de caixa, dívida bancária bastante baixa. Este é o Corinthians, que vem melhorando seu desempenho ano após ano", relatou a instituição, que no entanto já apontava problemas.
"Mas nem tudo é céu azul, e este balanço repete algumas movimentações vistas em 2011, que continuam sem explicações em 2012, e que de forma importante contribuem para que se atinja esta situação", apontava o estudo de 2013 sobre o Corinthians.
Da chance de ir 'ao infinito e além', o Corinthians foi para o "desastre à vista", segundo o Itaú BBA.
Em relação ao Flamengo, a avaliação mudou da água para o vinho. Na sua análise sobre as finanças do time em 2012, o último antes da chegada de Eduardo Bandeira de Mello à presidência, o banco classificava a equipe carioca com um "o Urubu precisa voltar a voar".
O relato era duro. "Que o Flamengo é uma marca forte, ninguém nunca duvidou. Aliás, se há certezas no futebol, esta é uma delas. E que o clube sofre por conta de gestões fracas ao longo das últimas décadas, esta é outra verdade inquestionável do futebol".
Mas já havia algum sinal de melhora. "Verdades postas, o fato é que o clube mostra no balanço de 2012 toda sua força e todos os reflexos das gestões ruins, ao mesmo tempo. Mas desta vez, ao menos, enxergamos luz no fim do túnel", apontava o Itaú BBA,
Com o passar dos anos, o Flamengo só aumentava os elogios recebidos, e agora ganhou um "nem sinal no retrovisor", sobre a falta de concorrentes.
Veja, ano a ano, como a instituição avaliou os dois gigantes e entenda como tudo mudou:
2013
Corinthians
Ao infinito e além?
Flamengo
O Urubu precisa voltar a voar
2014
Corinthians
Encantador de serpentes
Flamengo
Nadando contra a maré
2015
Corinthians
E agora, José?
Flamengo
A hora de transformar água em vinho
2016
Corinthians
A conta do estádio chegou
Flamengo
Espelho, espelho meu
2017
Corinthians
Muita ginástica para fechar as contas
Flamengo
Navegar é preciso; gerir futebol não é preciso
2018
Corinthians
Na corda bamba
Flamengo
Colhendo os frutos
2019
Corinthians
Equilibrista em apuros
Flamengo
Hora da colheita
2020
Corinthians
Desastre à vista
Flamengo
Nem sinal no retrovisor
Fonte: Paulo Cobos, blogueiro do ESPN.com.br
Do 'ao infinito e além' a 'desastre à vista' e do 'Urubu precisa voltar a voar' a 'nem sinal no retrovisor': como Corinthians e Flamengo trocaram de lugar
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