Líder do ataque e da defesa entre os garotos: conheça a quarterback de 13 anos que impressiona Illinois

Linha Ofensiva
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Lances e momentos de Auburn Roberson, menina de 13 anos que é a líder do time masculino da escola

"Meu deus, é uma garota". Isso é o que um treinador adversário disse ao ver Auburn Robenson lançar para o touchdown da vitória contra seu time e tirar o capacete durante a comemoração. Sim, é uma garota, e não é como as outras. 

Ambiente ainda predominado por atletas masculinos, o futebol americano tem visto aumentar o número de mulheres praticando o esporte. Mas, na maioria das vezes, essas meninas atuam em posições de menor destaque, como kicker ou, no máximo, alguma posição de defesa em equipes de menor expressão. Esse não é o caso da menina de 13 anos da cidade de St. Charles, Illinois. 

Auburn Robenson lidera o time da Thompson Middle School tanto no ataque, quanto na defesa. Jogando de quarterback e middle linebacker, a garota é a referência dos companheiros e os levou ao título do campeonato regional no último dia 12 de outubro.  

"Eu sou a responsável por chamar todas as jogadas. Não sou mandona, nem nada, mas é bom estar no controle porque eu meio que sei exatamente o que vai acontecer e o que está acontecendo ao meu redor. Então, é mais fácil", diz Auburn, que ama Joe Montana e Tom Brady, mas se inspira no seu maior ídolo, Cam Newton, por causa do estilo de jogo. E parece que a sua inspiração fica clara em campo: 

"Robenson é fora da curva, algo como um Cam Newton. Ela consegue lançar, consegue correr, ela pode fazer de tudo! E as pessoas ficam chocadas com ela. Ela é fantástica", diz Max Medernich, seu colega de equipe. 

Quarto da pequena Auburn Robenson mostra a idolatria por Cam Newton
Quarto da pequena Auburn Robenson mostra a idolatria por Cam Newton Melissa Isaacson para espnW

Em campo, seja nos jogos ou treinamentos, Auburn não aceita nenhum tipo de tratamento diferente por ser uma garota. Tanto que uma das vezes em que mais se irritou com seu melhor amigo, Justin Birkelbach, foi quando ele se recusou a dar um tackle forte nela.  

"Foi a primeira vez que jogamos em times diferentes, estávamos na quinta série e eu estava morrendo de medo de dar um tackle nela. Quando tive que dar, fiz bem de leve. Ela não parou de me mandar indiretas dizendo pra eu jogar melhor, jogar normalmente", diz Birkelbach, que não se preocupa mais com a amiga depois que ela o acertou em cheio durante um jogo. 

"Não me preocupo nem um pouco. Na verdade, fico mais preocupado com as pessoas que ela acerta", diz, entre risadas. 

Auburn também joga no time feminino de basquete e no masculino de beisebol. A habilidade atlética da menina é espetacular e a ajuda muito no seu esporte favorito, o futebol americano.  Luke Sharkey, outro colega de equipe, reconhece essas habilidades. "Ela tem um braço fantástico e corre muito bem. Sempre que ela sai do pocket, eu sei que vem uma primeira descida ou uma jogada importante". 

Auburn entrou para o time de futebol americano da escola depois de levantar a mão quando o técnico entrou na sala perguntando quem tinha o interesse de jogar. Brandon Petersen nunca tinha visto uma garota se voluntariar antes, mas essa não foi a única surpresa. 

"Nunca tinha acontecido isso antes. E por curiosidade, perguntei em qual posição ela queria jogar e ela respondeu 'quarterback'. Eu achei isso muito interessante", diz o treinador. Mas as preocupações com relação ao vestiário e a parte física do jogo estavam muito presentes. Isso é, até ele vê-la em ação.  

"Eu fiquei impressionado! Pensei: 'agora eu sei porque ela quer jogar de quarterback'. E quando a gente faz exercícios de tackle, ela entra com tudo em qualquer jogador. Em um dos nossos jogos, ela jogou um garoto de quase 90 kg no chão, como se ele não fosse nada", se derrete o professor.  

Peterson diz que Auburn tem ótima liderança e controla muito bem o huddle. Ele nota que ela estuda o jogo como ninguém e já reconhecia ataques e defesas antes dele as apresentar a ela. Com essa postura, os garotos do time logo viram o quanto ela era boa e o gênero nunca chegou perto de ser um problema. 

No outro time que Auburn joga, o Tri-City, do seu bairro, o treinador não sabia que ela era uma garota antes do draft. Quando descobriu, disse a sua mulher que talvez iria draftar uma menina:  

"Você não entende! Ela é, de longe, melhor que a maioria dos garotos da idade dela", disse o técnico Brian Glon para a esposa, na época.  

Ele diz que Auburn é a melhor jogadora que eles têm. Ela sabe dar tackles perfeitos, tem o melhor stiff arm da liga, uma potência muito grande e um sentimento forte de confiança, competitividade e liderança.  

Mas o tamanho da menina ainda pode ser um problema, como lembra o técnico, que se preocupa com o momento que os meninos entrarem na puberdade e começarem a crescer de maneira desproporcional a ela. 

"Agora, ela é uma das jogadoras mais rápidas e fortes do time e consegue lançar a bola umas 40, 50 jardas. Mas ela vai conseguir crescer com eles?", questiona. 

Rob Pomazak, técnico da St. Charles North, escola de ensino médio que Auburn e seus colegas de equipe devem frequentar daqui um ano, acredita que a garota tem potencial. 

"Atualmente, ela é a melhor quarterback do nível dela e eu não vejo razão para ela não jogar de quarterback como caloura aqui. Depois disso, se ela continuar como quarterback ou tivermos que mudar sua posição para running back ou qualquer outra, faremos. Desde que seja para seu melhor desempenho", diz Pomazak. 

Eles sabem que vai ficar mais difícil para ela, mas caso o físico se torne um problema por conta do crescimento dos garotos, eles mantê-la em uma posição de aprendizado no jogo, para talvez ser uma treinadora ou scout. 

"Se o futuro dela é ser treinar, vamos contribuir para isso da melhor forma possível, mas eu espero que ela jogue os quatro anos de high school, pra ser honesto. Nós não temos muita gente com a qualidade e liderança que Auburn tem. Não queremos desperdiçar isso de maneira alguma", declara Pomazak, que já mandou 13 de seus jogaores para Universidades da Divisão I. 

Para os pais, Brian e Autumn, essa possibilidade já é normal. O choque até aconteceu ao saber que a filha jogaria futebol americano de contato com os garotos aos 7 anos de idade. Enquanto a mãe achava loucura, o pai tentava confortá-la: 

"Eu sempre senti que ela estava destinada a fazer isso, foi uma decisão fácil da minha parte", diz o pai, que afirma que o talento dela é nato. Quando tinha 1 ano e seis meses, ela já tinha uma habilidade diferente para lançar: 

"Ela tinha a mira perfeita. Ela conseguia lançar em uma linha reta e mandar direto pra você!", conta Brian. 

O amor pelo esporte também foi essencial. Auburn estudava a NFL desde que se entendeu por gente, e um dos primeiros livros que ela retirou sozinha na biblioteca da escola foi "A história do Green Bay Packers". O primeiro de muitos sobre as franquias da liga. 

"Eu acabava sabendo mais da história dos times do que eu queria", revela o pai. 

Auburn ama o esporte e quer continuar a jogar no high school, na universidade e quem sabe até na NFL. Ela não descarta a possibilidade de jogar nas ligas profissionais femininas, desde que não seja no Legends Football League, já que o uniforme de lingeries e biquinis não faz muito seu estilo. 

"Se fossem uniformes normais, como na NFL, eu provavelmente iria querer jogar lá", brinca a garota.

Fonte:  Melissa Isaacson, adaptado por Cláudia Custódio

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