Palmeiras bate o pé por valores, mas pressões podem aproximar acordo com Globo
O Palmeiras fez nesta quarta-feira, contra o CSA, o primeiro do que podem ser seus 26 jogos sem qualquer transmissão de televisão neste Campeonato Brasileiro – um total de mais de 68% das partidas do atual detentor do título na edição de 2019 da competição.
Por qualquer sondagem realizada, pelo termômetro (imperfeito) das redes sociais ou até mesmo pela ausência de qualquer comunicado/protesto de uma torcida que costuma ser muito ativa politicamente, até agora está claro que os palmeirenses estão ao lado do clube, apoiando-o na briga para receber mais pelos direitos de TV.
À favor de sua batalha, o Palmeiras tem também um patrocinador que já disse não se incomodar com a ausência das transmissões se isso for o melhor para o clube, além de, segundo o seu último balanço divulgado nesta semana, ter dependência abaixo da média dos clubes brasileiros em relação aos direitos da TV: o item foi responsável por 22,6% do dinheiro arrecadado pelo clube em 2018.
Se nesses últimos dois aspectos o panorama não deve se alterar muito, a pergunta que fica é se a postura compreensiva do torcedor palmeirense pode mudar à medida que mais jogos – e, sobretudo, jogos ainda mais importantes – deixarem de ser exibidos e puderem ser acompanhados apenas pelo rádio ou por narrações na internet. Só esperando para ver.
Do outro lado, uma nova pressão também pode surgir já que, pela primeira vez desde o início do Brasileirão, o Procon notificou as principais operadoras de TV paga do país sobre a necessidade de conceder descontos na compra do pacote de pay-per-view do Brasileirão a partir do momento em que 74 dos 380 jogos (19,47%) da principal competição de futebol do Brasil não fazem mais parte do produto.
Vale ressaltar: o número só é esse porque, assim como o Palmeiras, o Athletico Paranaense também não fechou com o pay-per-view, embora tenha fechado com a TV Globo para transmissão na TV aberta – o que faz com o que o “apagão geral” em suas partidas ocorra em número bem menor do que no caso do clube paulista.
De acordo com levantamento da Folha de S.Paulo, o serviço de pay-per-view do futebol brasileiro conta com cerca de 2 milhões de assinantes (entre mensalistas e compras avulsas) que gastam uma média de R$ 100 reais mensais com o produto. Ou seja, se praticarmos um desconto de 19,47% (percentual de jogos a menos) sobre R$ 200 milhões de faturamento, estamos falando de quase R$ 39 milhões de reais mensais de perda com a arrecadação do produto, isso sem considerar possíveis (e prováveis) cancelamentos do pacote por parte dos torcedores do Palmeiras e do Athletico.
Vale a pena para os detentores de direito? Parece que não, mas, além de não sabermos se o tal desconto será mesmo aplicado, é difícil responder sem conhecer com precisão a maneira como esse dinheiro é distribuído entre a Globo e as operadoras e também sem saber exatamente os números mínimos exigidos não só pelo Palmeiras como pelo Athletico Paranaense para fechar novos contratos.
As negociações, porém, continuam firmes.
O blog apurou que a intenção de acerto permanece por todas as partes, ainda que o Palmeiras seja hoje irredutível em não aceitar ter cotas reduzidas pelo fato de ter fechado com uma concorrente da Globo (a Turner) na TV fechada. O clube entende que, como são contratos diferentes e independentes, a prática não faz sentido. Outro ponto no qual o clube bate o pé é para que a distribuição do valor do pay-per-view não seja baseado em pesquisas de torcida, mas na audiência dos jogos pela plataforma.
Na penúltima reunião entre Globo e Palmeiras, na semana retrasada, houve boa evolução nas conversas; enquanto na última, ocorrida nesta semana, o avanço foi menor. Resta saber agora como as novas pressões que podem e devem surgir tanto de um lado como do outro influenciarão nas duas partes. Se elas tiverem efeito, um novo capítulo apontando para o acerto pode ser anunciado.
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Fonte: Gian Oddi
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