Atual número 146 do ranking da WTA, a ex-número 1 do mundo Maria Sharapova faz sua retomada ao circuito depois de passar mais de um ano suspensa por doping. Por receber alguns privilégios, como convite para a chave principal do US Open, a russa tem acumulado desafetos.

Sharapova joga neste domingo, no segundo jogo da quadra central do US Open, com transmissão da ESPN e WatchESPN, por volta das 14h (Brasília).

Ela enfrenta Anastasija Sevastova, cabeça de chave número 16, da Letônia, por uma vaga nas quartas de final do US Open, fase que ela não atinge no torneio que ganhou em 2006 desde 2012.

E essa será a quarta vez que Sharapova irá jogar na quadra central em quatro jogos no US Open. O que é compreensível, pelo ponto de vista de atratividade do torneio.

Além da volta por cima acontecendo em tempo real, a popularidade da russa é suficiente para encher as cadeiras do Arthur Ashe Stadium sem muito esforço.

Juntando Twitter, Facebook e Instagram, Sharapova tem mais de 24,9 milhões de seguidores.

As outras cinco tenistas do Top 5 (Karolina Pliskova, Simona Halep, Garbiñe Muguruza, Elina Svitolina e Caroline Wozniacki) somadas nas três redes sociais têm pouco mais de 7,8 milhões de seguidores, menos de um terço dos de Sharapova.

Além disso, com a ausência de Serena Williams - melhor jogadora do circuito que se afastou por causa da gravidez -, a russa é o centro das atenções em Flushing Meadows.

A organização do US Open, assim, não pensou duas vezes ao dar à ex-campeã um grande destaque, o que deixou enciumada diversas rivais.

Uma delas foi a número 5 do mundo, a dinamarquesa Wozniacki.

“Eu creio que isso é inaceitável. Alguém que voltou de uma sentença de drogas, drogas para melhorar o desempenho, de repente consegue jogar todas as partidas na quadra central. Eu creio que é algo questionável. Isso não figura um bom exemplo. Creio que alguém que lutou muito contra uma lesão e está em quinto no mundo, merece jogar em uma quadra maior que a cinco”, disse Wozniacki.

Até o brasileiro Rogério Dutra Silva, número 1 do país, criticou a organização do torneio.

“Eu não concordo com o convite da Sharapova porque, se fosse outra pessoa que tivesse sido pega no doping, todo mundo estaria criticando. Eu acho que o convite deveria ser para uma jovem americana ou, se quiserem dar, para uma jovem brasileira, para qualquer outra pessoa”, afirmou, ao “Sportv”.

A canadense Eugenie Bouchard, já eliminada do US Open, havia chamado a russa de “trapeceira”.