Primeira mulher da história no Pleno do STJD defende salário para auditores: ‘É trabalho’

Bianca Daga, do espnW.com.br

Arlete Mesquita é a primeira mulher escolhida para o Pleno do STJD
Arlete Mesquita é a primeira mulher escolhida para o Pleno do STJD Divulgação

São 61 advogados no Superior Tribunal de Justiça Desportiva do (STJD), sendo 39 auditores e 22 procuradores. Num cenário predominantemente masculino, uma mulher se destaca desde julho do ano passado: indicada pela Federação Nacional dos Atletas Profissionais de Futebol (Fenapaf), Arlete Mesquita se tornou a primeira na história a ocupar o cargo de auditora do Pleno, instância máxima do órgão que discute legalidades e julga o futebol no Brasil.

E ela defende uma mudança: salário para os auditores: “A justiça esportiva funciona muito bem aqui. Naturalmente, há ajustes a serem feitos, e tem um projeto de lei com alterações significativas. Uma das coisas é proximidade maior dos regionais com o tribunal, e acho que os auditores deveriam ser remunerados. É trabalho. Mas pela estrutura que há hoje, é complexo porque envolve várias questões. Quem arcaria com a remuneração? Como seria feita?”, disse ao espnW.

A goiana foi indicada pela Federação Nacional dos Atletas Profissionais de Futebol (Fenapaf)
A goiana foi indicada pela Federação Nacional dos Atletas Profissionais de Futebol (Fenapaf) Divulgação

Atuante no direito desportivo há 20 anos, Arlete Mesquita fundou o Sindicato dos Atletas Profissionais no Estado de Goiás (Sinapego) com um amigo, em 2000, e acompanhou a criação da Federação Nacional dos Atletas (Fenapaf). Também já teve papel importante no Tribunal de Justiça Desportiva de Goiás (TJDGO) e garante que nunca sofreu preconceito nesse meio por ser mulher.

“Nunca tive problema de discriminação. O STJD tem um ambiente tranquilo e harmonioso, e os atletas também sempre me respeitaram. Ressaltam a importância de ter a primeira mulher no Pleno. Mas é predominantemente masculino. Então, as mulheres precisam se posicionar e fazer os enfrentamentos que forem necessários. Mostrar que podem ocupar esse espaço. Espero que eu seja a primeira de muitas e acho que será uma questão de tempo porque temos grandes advogadas atuando nos clubes.”

Ela é torcedora do Vila Nova e costuma ir ao estádio assistir aos jogos
Ela é torcedora do Vila Nova e costuma ir ao estádio assistir aos jogos []

Torcedora do Vila Nova, Arlete Mesquita sonhava em ser atleta profissional de vôlei, esporte que jogou dos 12 aos 16 anos. Também se arriscou na natação, no basquete e no futebol. “Há quatro anos, montei um time de futebol com umas amigas e eu era zagueira. Chegamos a treinar por seis meses, mas não conseguimos continuar por falta de tempo e condições físicas (risos).”

Faz academia de segunda a sexta, às 6h, corre, é esposa, mãe, assiste aos jogos do Vila Nova no estádio e trabalha como advogada no STJD, em comissões da OAB e em seu escritório em Goiânia. Arlete Mesquita termina seu mandato em 2020 e pode se reeleger por mais quatro anos. Antes de ela ser indicada ao Pleno, mulheres ocuparam outras instâncias – comissões disciplinares, procuradoria e o quadro de advogados que defendem clubes, jogadores, árbitros e federações.

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