Vice, Rueda mantém tabu de 58 anos de técnicos estrangeiros no Brasil

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Reinaldo Rueda quase faturou seu primeiro título pelo Fla
Reinaldo Rueda quase faturou seu primeiro título pelo Fla GazetaPress

Na noite da última quarta-feira, o técnico colombiano Reinaldo Rueda esteve bem perto de quebrar uma sina que dura 58 anos. Este é o tempo que o futebol brasileiro não vê um técnico estrangeiro sagrar-se campeão de um torneio nacional. 


Rueda comandou o Flamengo na final da Copa do Brasil. Após empate por 1 a 1, no Maracanã, e sem gols no Mineirão, o título foi decidido com o Cruzeiro nos pênaltis. O meia Diego bateu a terceira cobrança e viu o goleiro Fábio defender. Como os cruzeirense acertaram todas, a final terminou 5 a 3.

A última vez que um técnico estrangeiro ganhou um título nacional no Brasil foi em 1959, quando o argentino Carlos Volante levou o Bahia à final da Taça do Brasil. Na decisão, superou o Santos de Pelé em três duros jogos e ficou com a taça inédita.

Volante é o único a ter conseguido tal feito até hoje. Nenhum outro estrangeiro conseguiu um título nacional no Brasil. Vale citar que ao longo das décadas foram inúmeras decisões da Taça Brasil, do Torneio Roberto Gomes Pedrosa, do Campeonato Brasileiro, da Copa do Brasil, da Copa dos Campeões e da Supercopa do Brasil.

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O argentino  foi um ex-jogador de muito renome. Começou a carreira no Lanús, passando depois por San Lorenzo e Vélez Sarsfield até chegar ao futebol europeu e à seleção argentina. No Velho Continente, defendeu Napoli, Livorno e Torino antes de atuar pelo Rennes, da França. 

O argentino encerrou a carreira no Flamengo, clube pelo qual foi três vezes campeão carioca, em 1939, 1942 e 1943. 

Atleta talentoso, reza a lenda que o nome dele batizou no Brasil a posição do meia mais marcador de  "volante". Depois da ótima passagem do argentino pelo Fla, os atletas que atuavam na mesma faixa do campo, marcando e também levando a bola à frente, passaram a ser chamados de "volantes", em homenagem a ele.

Seu primeiro trabalho como treinador foi no Internacional, sendo bicampeão gaúcho em 1947 e 1948. Em seguida, foi para o Vitória, conquistando mais dois títulos estaduais: os Baianos de 1953 e 1955.

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O troféu mais importante de sua carreira, no entanto, veio no comando do Bahia, equipe na qual trabalhou entre 1959 e 1960. E com muita estrela, além de um pouco de sorte.

Na final da Taça Brasil de 1959, o time de Salvador enfrentou o Santos em três jogos épicos. No primeiro, realizado em 10 de dezembro, ganhou por 3 a 2 em plena Vila Belmiro, com Pelé e tudo. Na Fonte Nova, contudo, o a equipe paulista devolveu a cortesia, batendo os baianos por 2 a 0, gols de Coutinho e Pelé, no dia 30 de dezembro.

Foi marcado, então, um jogo desempate para o Maracanã, que acabou acontecendo só em 29 de março de 1960, após muita indefinição sobre o local da partida. Neste meio tempo, o técnico do Bahia, Geninho, acabou deixando o cargo, e indicou Carlos Volante para assumir.

O gringo não mexeu muito no time, mas mudou peças na lateral direita e no meio-campo. Com uma vitória por 3 a 1, Volante levantou o troféu da Taça Brasil, tornando o Bahia o primeiro campeão nacional e classificando o time para a Libertadores.

O argentino contou com a sorte de Pelé ter operado as amígdalas e ter sido desfalque do Santos no jogo desempate - o "Rei do Futebol" havia marcado nas duas primeiras partidas da final. No Maracanã, aliás, o clube da Baixada se descontrolou e terminou com quatro atletas expulsos: Getúlio, Formiga, Dorival e Coutinho.

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