Cinco perguntas e respostas sobre a 1ª morte de um atleta durante os Jogos Paralímpicos

Thiago Cara, do Rio de Janeiro (RJ), para o ESPN.com.br
Divulgação
O ciclista iraniano Bahman Golbarnezad, de 48 anos, morreu após acidente no Rio
O ciclista iraniano Bahman Golbarnezad, de 48 anos, morreu após acidente no Rio

Penúltimo dia de competições dos Jogos Paralímpicos do Rio 2016, o sábado (18) foi marcado por uma tragédia, com a morte do ciclista iraniano Bahman Golbarnezad, durante a prova do ciclismo de estrada C4-5. Abaixo, o ESPN.com.br lista e responde cinco perguntas para entender melhor o que foi a primeira morte de um atleta durante o evento na história.

Quem é o atleta que morreu?

Seu nome é Bahman Golbarnezad, nascido em 4 de junho de 1968, na cidade de Shiraz, no Irã. Começou no ciclismo em 2002 e estava em sua segunda edição de Jogos Paralímpicos, após ter competido também em Londres 2012. Tinha 48 anos, era casado e deixa dois filhos.

No Rio, já havia competido em outra prova do programa do ciclismo de estrada, na última quarta-feira (14), o contrarrelógio C4, em que acabou na 14ª colocação. Há quatro anos, além dessa prova, também competiu na pista, tendo terminado no 18º lugar do contrarrelógio C4-5 1000m.

"Bahman era um dos atletas mais ativos, que trabalhava mais arduamente na nossa delegação. Era nosso melhor ciclista. Ele era um homem de família, amava a família, seu filho", descreveu Masoud Ashrafi, secretário-geral do Comitê Paralímpico do Irã.

Quando e onde aconteceu o acidente?

O acidente aconteceu por volta de 10h35, na altura do quilômetro 34 da Estrada da Guanabara, ao lado da Prainha. O iraniano perdeu o controle de sua bicicleta na descida e acabou se chocando contra uma mureta. Acabou arremessado por sobre a proteção e caindo em uma vala.

Segundo a organização, às 10h40, o iraniano já recebia atendimento, após ter sido encontrado com o capacete bastante danificado. Às 10h45, entrou na ambulância, que partiu rumo ao Hospital Unimed, na Barra. A chegada ao local acontece uma hora depois, às 11h50.

Mario Andrada, diretor de comunicação da Rio 2016, explica que a demora aconteceu por que a ambulância precisou realizar diversas paradas, para que o atleta fosse reanimado - no caminho, ele sofreu uma parada cardíaca e, assim que chegou no hospital, teve mais uma.

A que horas foi confirmada a morte?

Golbarnezad já chegou ao hospital em situação delicada. Foram 40 minutos de trabalhos para reanima-lo, mas, sem sucesso, o óbito foi confirmado às 12h30. O Comitê Paralímpico do Irã, primeiro a divulgar a notícia oficialmente para a imprensa, só o fez às 16h40.

Segundo Craig Spence, diretor de mídia e comunicação do Comitê Paralímpico Internacional (CPI), o tempo era necessário para que a família do atleta, que está no Irã, fosse notificada pelo comitê local e não corresse risco de ficar sabendo da tragédia através de informações da imprensa.

O que acontece agora?

Em seu primeiro comunicado após a confirmação da morte, o CPI já informou a abertura de uma investigação para apurar todas as circunstâncias que levaram ao acidente fatal, o que o Comitê Paralímpico do Irã também já manifestou ser uma exigência sua no caso.

Em relação ao corpo de Golbarnezad, o Irã quer agilidade, para que a liberação possa ser feita já neste domingo. "Tudo que espero é que seu corpo chegue a sua família logo, para que possa, ao menos, confortá-los", cobrou o secretário-geral do comitê paralímpico do país.

Na cerimônia de encerramento dos Jogos, neste domingo, um minuto de silêncio será respeitado em memória do ciclista. A bandeira do Irã na Vila dos Atletas, assim como no Riocentro (onde o país disputa a final do vôlei sentado neste domingo), foi colocada a meio mastro em luto.

Quanto tempo deve demorar a investigação?

Segundo Piers Jones, diretor da União Internacional de Ciclismo, já estão sendo coletadas e informações, incluindo o depoimento de testemunhas que estavam na prova. Em relação a uma estimativa de tempo, porém, o dirigente se limitou a dizer que devem ser "dias".

Ainda sem o resultado da investigação, contudo, Jones garantiu que as condições da pista eram boas e o trajeto adequado - durante os Jogos Olímpicos, em outro ponto do trajeto do ciclismo de estrada (não utilizado na Paralimpíada), a holandesa Annemiek Van Vleuten também se acidentou.

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