Da cor do cabelo a 'chacina' e clube 'vale mais que suas vidas': jogar por um time grande no Brasil virou um inferno
Não importa se os jogadores tiraram o time da fila de nove anos há poucas semanas. Ou que outros atletas foram campeões da "obsessão" Libertadores há 5 meses. Ou se você é um dos maiores ídolos da história do clube. Ou joga em um time de Série B.
Com suas notas e protestos ameaçadores e patrulhas para xeretar a vida privada dos jogadores, as torcidas organizadas, e parte do fã comum, tornaram a vida de quem joga em um clube grande no Brasil um verdadeiro inferno.
O que aconteceu neste final de semana foi um exemplo claro dessa perseguição.
No sábado, um drone sobrevoou São Januário na vitória do Vasco sobre o CRB. Com uma faixa de ameaça macabra para os jogadores do clube carioca: "O Vasco vale mais que suas vidas. Joguem por elas".
Também no sábado, corintianos foram ao Parque São Jorge com gritos criminosos: “Desacredita, não, se o Coringão cair é chacina no Timão”.
No domingo, foi a vez dos jogadores do trio de ferro paulistano sofrerem.
Começou com a "revolta" dos corintianos pela chuteira do atacante Jô contra o Bahia, supostamente com detalhes em verde (o jogador e a fabricante dizem que é azul). A gritaria foi tanta que o clube multou o jogador.
As organizadas do Corinthians ofenderam recentemente até Cássio, o herói das duas maiores conquistas do clube e símbolo máximo de dedicação por quase dez anos.
Depois do São Paulo perder para o Santos, foi a vez da principal organizada do tricolor se enfurecer e lançar ameaças em "nota oficial".
Ela começa implicando com a cor do cabelo de Liziero, que falhou no segundo gol santista.
O Palmeiras ganhou no domingo. Mas outro jogador foi vítima da patrulha caça baladeiro em tempos de Covid de uma organizada do clube.
Patrick de Paula, que já havia causado por um brinco que o deixou fora do jogo contra o América-MG por seis minutos, foi mais um irresponsável ao ir para a noite e colocar companheiros em risco de infecção.
Mas nada justifica o comportamento truculento dos tais torcedores, ofendendo e ameaçando o jogador de forma física e psicológica.
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A perseguição ocorrida neste final de semana não é caso isolado no Brasil.
Qualquer um agora se vê no direito de ameaçar a vida do jogador, de dar palpite na cor do cabelo do atleta. De atacar garotos recém saídos da base por gostarem de redes sociais.
Alguém precisa colocar um limite nessa insanidade. Para ontem.
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