Mesmo odiado, Lonzo Ball vai, aos poucos, mostrando que é (muito?) bom
22 de junho de 2017, Nova York. Com a segunda escolha no draft da NBA, o Los Angeles Lakers seleciona Lonzo Ball, de UCLA. A escolha, entretanto, já havia sido feita há tempos, mas no caminho oposto: a família Ball já tinha escolhido o roxo e dourado da Califórnia.
Essa confiança - ou prepotência, chame como quiser - da família já não foi muito bem vista. Isso somadoà personalidade única de seu pai, LaVar, fez Lonzo entrar na NBA com milhões de olhos julgando cruelmente cada passo ou história do Instagram do garoto de 20 anos.
Toda essa pressão ajudou o garoto a começar sua carreira com um dos piores aproveitamentos de quadra na história da NBA de um estreante (em seus primeiros 12 jogos, 29,2%, apenas melhor que Wayne Hightower, com 26,8%, considerando os primeiros 12 jogos de sua carreira). Nas primeiras partidas, os Lakers claramente melhoravam quando Lonzo estava no banco, então as críticas vieram - e potencializadas.
Entretanto, o tempo passou, segue passando, e, pasmem: Lonzo Ball é bom jogador! Mas, acima de tudo e mais importante: ele tem MUITO potencial. E isso já é bom demais, pois você não pode esperar que um calouro seja excepcional; é injusto.
Um moleque de 20 anos apresentar muito potencial numa liga dominada por homens mais atléticos, experientes e preparados, que têm entre 25 e 35 anos, é mais do que suficiente. Se, aliado ao potencial, ele apresentar números bons, melhor ainda, uma vez que números são os únicos pontos sólidos que podem ser analisados friamente em um jogador - e eles raramente mentem.
Portanto, vamos a alguns números:
Com Lonzo, os Lakers venceram 15 partidas e perderam 21 (42% de aproveitamento). Sem o camisa 2, venceram 2 e perderam 8 (20% de aproveitamento). Com o armador titular, os Lakers sofrem, em média, 107.8 pontos por jogo. Quando ele senta, o time da Califórnia permite que os adversários marquem, em média, 124 pontos. Além disso, os Lakers, em média, perdem por 15 pontos a mais quando Ball não joga (-1.4 pontos de diferença com ele jogando e -16 pontos de diferença com ele fora).
Sem entrar nos méritos subjetivos, de como a postura do time é outra, ou de como jogadores como Kyle Kuzma também caem de produção sem o armador, os Lakers, como um todo, são piores sem Lonzo Ball.
Agora, comparando o calouro com outros armadores, que se tornaram estrelas na liga, em seus respectivos anos de novato, os números de Lonzo são animadores. Os outros armadores da comparação foram Chris Paul, Damian Lillard, Kyle Lowry, Mike Conley, Stephen Curry, Kyrie Irving, Russell Westbrook e John Wall.
Dentre todas essas estrelas, comparando suas primeiras temporadas na NBA, o Laker tem - por muito - a melhor média por jogo em rebotes (7.1 por jogo, contra 4.9 do segundo) e em tocos (0.9 contra 0.5 do segundo). Em assistências por jogo, Lonzo só não dá mais que Chris Paul e John Wall deram (7.1, 7.8 é 8.3 respectivamente). Entre os 9, ele ainda é o 4º que mais rouba bolas (1.5) e o 4º com menos turnovers (2.7).
Agora, comparando Lonzo Ball hoje com todos os armadores da liga hoje, o jogador dos Lakers mostra que, para um garoto de 20 anos, seu presente já é digno de reconhecimento; que ele, além de um ponto futuro, é uma realidade. O número 2 dos Lakers está entre os 10 melhores armadores da liga em assistências por jogo (5º), rebotes por jogo (3º), roubos de bola por jogo (7º) e tocos por jogo (3º). Isso tudo numa NBA que vive na ‘era dos armadores’.
Podemos ainda dizer que, comparado com os últimos 5 armadores a serem premiados calouro do ano (Derrick Rose, 2008/09; Damian Lillard, 2012/13; Kyrie Irving, 2011/12; Michael Carter-Williams, 2013/14 e Malcom Brogdon, 2016/17), Lonzo dá mais assistências, pega mais rebotes e dá mais tocos do que todos; e só não rouba mais bolas do que MCW roubou.
Ainda dá para deixar anotado que, com sua média de assistências como novato, Lonzo seria o 4º na lista de assistências por jogo na história dos Lakers, além infinitos outros números e por aí vai. Mas vocês já entenderam o ponto.
Pela beleza do jogo, recomendo que assistam seus jogos para entender além dos números. Vejam sua visão de jogo, seus ótimos passes e até seus erros de calouro. E com isso, tirem suas próprias conclusões. A minha é de que hoje, Lonzo Ball é subestimado na liga.
Por mais que odiemos concordar com seu pai, Lonzo Ball é bom, pode ser incrível, e tem tudo para ser o futuro dos Lakers.
Fonte: Pedro Suaide, do ESPN.com.br
Mesmo odiado, Lonzo Ball vai, aos poucos, mostrando que é (muito?) bom
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