Rodolfo Landim não dá coletiva e seleciona a quem concede entrevista. Por quê?
Rodolfo Landim não concede uma entrevista coletiva há tempos. No dia 8 de fevereiro de 2019 aconteceu a tragédia do Ninho do Urubu, quando morreram dez meninos das divisões de base do futebol. O presidente do Flamengo ficou, pela última vez, diante de vários jornalistas de diferentes veículos por alguns instantes, obviamente muito abalado pelo que acabara de acontecer.
Depois disso, nenhuma oportunidade para que a imprensa o entrevistasse, apenas uma espécie de pronunciamento conjunto com outros dirigentes ante perguntas antecipadamente selecionadas. Foi na Fla TV, perto do aniversário de morte dos garotos. Nessa segunda-feira (25), Landim falou na Fox Sports seis dias depois de ir a Brasília encontrar o presidente da República, Jair Bolsonaro, juntamente com o médico do clube Márcio Tannure e o presidente do Vasco, Alexandre Campello.
Os companheiros do programa comandado por Benjamin Back tiveram a chance de fazer ao mandatário rubro-negro perguntas que vários jornalistas de diversos jornais, sites, rádios e TVs gostariam de lhe dirigir. Só o episódio da ida ao Palácio do Planalto e o esforço do clube para retornar às atividades do futebol, sem que tenhamos chegado ao pico da pandemia de COVID-19, já renderia vários questionamentos.
13 perguntas para Landim, presidente do Flamengo; assista abaixo
Desde 27 de março, a ESPN convida Landim para participar de seus programas durante a quarentena, mas o clube não diz sim, nem não. Mandei, por intermédio da diretoria de comunicação, perguntas sobre sua entrevista a um canal de um banco de investimentos no YouTube. Elas foram enviadas em 12 de abril, cinco dias depois de publicado o vídeo, até hoje sem retorno.
No Linha de Passe da noite dessa segunda-feira, na ESPN Brasil, fiz 13 perguntas sem respostas (assista no vídeo acima) ou parcialmente respondidas entre a carta publicada pelo presidente do Flamengo e sua aparição na Fox. Foi a segunda vez de Landim na emissora em menos de dois meses, já que esteve no mesmo programa exatos 59 dias antes.
1) Por que o time do Flamengo já estava treinando simultaneamente à reunião em Brasília? Não seria mais lógico aguardar autorizações?
2) Por que o Flamengo não propôs aos governos municipal e estadual que seus profissionais ficassem confinados dentro do CT (depois dos testes negativos) num autêntico ninguém entra-ninguém sai, treinando por duas, três semanas, para então voltar às atividades?
3) A morte do massagista Jorginho não fez a diretoria do Flamengo repensar essa estratégia para a volta aos treinos?
4) Quem teve a iniciativa de marcar a reunião em Brasília?
5) Por que não uma videoconferência em tempos de redução de custos (mais ainda para o Vasco)?
6) Por que todos estavam sem máscara?
7) O que conversaram?
8) Qual o resultado da reunião?
9) O fato de o presidente tratar a pandemia como trata, dizendo que não é coveiro quando chegou-se a 5 mil mortos pela COVID no Brasil, o estímulo a aglomerações, ou seja, o fato de ele lidar com a crise dessa forma não foi considerado pelo senhor ao vincular o Flamengo à imagem dele?
10) Era necessário entregar camisa e transformar a conversa em quase homenagem?
11) O Flamengo emitiu nota quando grupo de associados homenageou Stuart Angel (atleta do clube torturado e morto na ditadura militar) alegando que "não se posiciona sobre assuntos políticos". Mas o que são tantos encontros com Presidente, prefeito etc?
12) Se a prefeitura não havia autorizado que os times treinassem, por que o ex-árbitro e atual secretário de Ordem Pública do Rio de Janeiro, Gutemberg de Paula Fonseca, o acompanhou até Brasília?
13) Na entrevista à Fox o senhor deixou claro que não é favorável ao confinamento sugerido pelas autoridades sanitárias municipais e estaduais. O fato de discordar dá ao Flamengo o direito de treinar sem autorização, como fez na terça-feira passada?
Rodolfo Landim não dá coletiva e seleciona a quem concede entrevista. Por quê?
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