Palmeiras descarta técnico estrangeiro. Demissão de Roger coloca em xeque teoria do 'planejamento perfeito'
Roger Machado foi demitido do Palmeiras após a derrota para o Fluminense. A conclusão dos dirigentes foi de que o trabalho não evoluía e, assim, era hora de mudanças. A dispensa de um treinador é algo rotineiro no futebol brasileiro, mas as condições de trabalho dadas neste caso, bem fora do padrão.
Os dirigentes descartam a possibilidade de contratar um técnico estrangeiro neste momento. Abel Braga, que era o nome favorito em 2017 após a saída de Cuca, já disse que só pretende voltar ao trabalho em 2019, o que desanimou os palmeirenses. Wesley Carvalho, do Sub-20, será o treinador interino.
Após deixar o Atlético em 20 de julho do ano passado, Roger decidiu que só voltaria ao mercado no começo de 2018, em início de temporada. E reafirmou sua posição quando uma pessoa o procurou perguntando se tinha interesse em assumir o Flamengo, em agosto, após Zé Ricardo deixar o time rubro-negro.
O Palmeiras já pensava nele em 2016, mas em meio ao processo eleitoral que levou Maurício Galiotte à presidência, o Galo foi mais rápido e fechou com Roger. O treinador acertaria com os alviverdes em novembro passado, quando foi apresentado com toda pompa para 2018.
Assim, ele teve tempo para avaliar o elenco, discutir mudanças com chegadas e partidas de jogadores, fez a pré-temporada e começou a montagem do time durante o Campeonato Estadual. Tudo com elenco farto, pelo menos dois atletas para cada posição, remuneração em dia e ótima estrutura.
Centro de Treinamentos (CT) remodelado, estádio novo, várias opções para escalar a equipe, profissionais bem remunerados... Roger Machado teve nas mãos as condições que, em tese, são ideais para o bom desempenho de um técnico à frente de um elenco de futebol. Não deu certo.
A qualidade ficou aquém do esperado, mesmo após a parada para a disputa da Copa do Mundo. E houve a perda do título paulista no Allianz Parque repleto de palmeirenses após uma vitória na casa do Corinthians. Uma ferida profunda que não interrompeu o trabalho, sequer se falou em demissão à época.
Em teoria começar o trabalho no início de temporada é o ideal, o que chamam de planejamento perfeito. Ainda mais com elenco amplo, salários sem atraso, CT e estádio em ótimas condições, torcida grande e muita mídia. Roger teve tudo isso no Palmeiras, que não teve um bom time com Roger.
É o segundo fracasso seguido do jovem treinador que antes remodelou a forma de jogar do Grêmio. Mesmo preso ao que, em geral, é considerado por muitos o cenário ideal, não deu certo. O futebol brasileiro é muito mais aleatório do que se imagina. E a teoria em questão representa menos do que imaginamos.
Fonte: Mauro Cezar Pereira, jornalista da ESPN
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