Os clubes precisam de um Departamento de Resgate
Jair Ventura quer trazer Leandro Donizete de volta ao mundo dos vivos. O volante de 35 anos passou os últimos meses como um zumbi praiano, treinando às sombras, esquecido à beira-mar. Sequer foi inscrito na primeira lista do Santos para o Paulistão. Mas nesta reta final, segundo Jair, recuperou sua melhor forma e é o reserva imediato de Alisson.
Jair promete voltar sua atenção agora para Copete, de 30 anos. Enroscado em uma teia de problemas físicos e técnicos, o colombiano não vem sendo sequer relacionado para as partidas.
O contrato de ambos vai até 2020. O clube já investiu uma boa grana neles. Jair prestará um grande serviço ao Santos, técnica e financeiramente, se conseguir reaproveitá-los. E o time precisa melhorar.
O futebol tem pressa. É irritante a velocidade como se infla e também se descarta jogadores. No dicionário da bola, paciência é um verbete que não existe. Eu lá não sou muito fã do futebol de Donizete, tampouco do seu temperamento em campo. Mas ele pode, sim, com sua experiência, ser muito útil em situações que o Santos certamente enfrentará este ano. Já de Copete gosto mais, é incisivo e sabe fazer gols. No cenário crônico de falta de dinheiro dos clubes, é essencial que você tenha uma comissão técnica atenta a resgatar o futebol perdido por jogadores outrora importantes. Vale tanto quanto uma nova contratação, com a vantagem de não vir com custo extra.
Todo clube grande tem lá seus zumbis à espera de ressurreição. No Flamengo, Geovânio e Rômulo; no Inter, Camilo – e por aí vai. O São Paulo, contra o São Caetano, teve uma joia da base brilhando na partida: Lucas Fernandes, que entrou no segundo tempo após Diego Aguirre seguir orientação do auxiliar André Jardine. Lucas mudou o jogo e mostrou o futebol que todos no Morumbi sabem que ele tem, mas que não vinha aparecendo. Dorival Júnior o havia esquecido, assim como a outra promessa, Shaylon. Garanto que a porta de saída para outro time anda rondando as cabeças de ambos. Aí o cara vai embora e pronto: faz sucesso em outro lugar, porque tem qualidade.
Os clubes precisam prestar mais atenção a jogadores que caem de rendimento. E montar uma operação-resgate que inclua um profundo diagnóstico físico e comportamental do sujeito, com um planejamento de ações efetivas. Isso é gerenciar recursos humanos. Às vezes as pessoas se esquecem, mas atleta é gente jovem demais. Altos e baixos são coisa normal. Mas há que se investigar o motivo de uma oscilação de rendimento mais duradoura. Algum problema físico? Algum enrosco na família? Questões de relacionamento com o treinador ou com os colegas? Um time multidisciplinar deve entrar em campo para recuperar aquele investimento do clube. No futebol, a gente desiste muito fácil desses caras.
Fonte: Maurício Barros
Os clubes precisam de um Departamento de Resgate
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