Que venha o Grupo da Morte!
O Peru venceu a Nova Zelândia com bela atuação de Cueva e Farfán, e os queridos vizinhos fizeram uma festa linda em Lima para celebrar o retorno de sua seleção à Copa do Mundo, coisa que não acontecia desde 1982. Assim, temos as 32 nações participantes definidas para o Mundial da Rússia no ano que vem. As atenções se voltam agora para o dia 1º de dezembro, uma sexta-feira. Em Moscou, acontecerá o sorteio dos grupos da Copa. Vai estar frio, avisa de lá o Cacique Cobra Coral.
A história começa a ser definida nesse bingo de bolinhas e papeletas. Torço para que a coisa fique russa para nós. Invoco a mão do Coiso tirando as bolinhas. Quero sangue. Quero o Brasil no Grupo da Morte.
Copa do Mundo é uma das grandes invenções humanas, e nós, brasileiros, somos privilegiados em acompanhar esse evento sempre como protagonistas, com chances de vencer. Apesar de vir do maior vexame da história em 2014, a Seleção Brasileira chega ao Mundial novamente na lista de favoritas, graças à troca de Dunga por Tite e o bom futebol que Casemiro, Neymar, Marcelo, Gabriel Jesus e companhia passaram a jogar. O time se recolocou no topo do continente, mostrando sua diferença em relação aos vizinhos. Mesmo longe de ser perfeito e com várias coisas a aprimorar.
Há uma boa dose de organização, talento e vontade. Isso fez com que o time conquistasse algo que é muito mais importante que qualquer taça: a conexão com os torcedores. Haverá, creio, mais simpatia e envolvimento dos brasileiros nesta Copa do que em Mundiais anteriores. Espero que isso se reflita em ruas pintadas, bandeirinhas estendidas, fitas nas antenas dos carros. Um pouco da cor do futebol nesse país acinzentado pela política, por favor (mas sem esquecer das mazelas – do futebol e da política!)...
Particularmente, não me interessa que o Brasil vença por vencer. Dane-se. Quero ver boas partidas, o máximo de competitividade nos possíveis sete jogos a fazer. Como amante e observador do futebol, não me incomodará a derrota brasileira. Chorei em 1982, fiquei triste até mesmo em 1990, quando a péssima seleção de Lazaroni perdeu para a Argentina de Diego no único jogo bom que fez naquela Copa. Mas eu era um torcedor. O tempo passou, o exercício da profissão e os fios grisalhos me fazem, já há um bom tempo, querer uma seleção defendendo sua identidade histórica, buscando a vitória com um jogo bonito, encantador na entrega, na tática e na técnica. Há talentos para isso, e há um técnico que compreende essa vocação.
Quero então o Brasil no grupo com Espanha, Islândia e Nigéria. Pronto, falei. Quero Neymar encarando as bandeiras da Espanha e da Catalunha juntas, Gabriel Jesus tendo que furar a defesa de Fullannosson e Cicranosson. E quero Casemiro anulando todas as encarnações do perigoso Kanu. Nada de grupo molezinha, adversários opacos que gerem uma ilusão de potência. Nada de Suíça, Tunísia, Panamá. Que venha a Copa pra valer, desde o primeiro jogo. Mais valem três, quatro, cinco jogos excelentes do que quatro partidas meia-boca, uma mais ou menos, uma quase boa e uma final truncada. Mesmo que vitoriosa.
Fonte: Maurício Barros
Que venha o Grupo da Morte!
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