Viva Romero, filho de Tupãzinho com Biro-Biro
Foi bonito ver Ángel Romero ser aplaudido pela torcida corintiana em Itaquera, após marcar seu gol, o terceiro do Corinthians na vitória sobre o Linense por 3 x 1. Ele ainda tremulou uma bandeira do Paraguai, que apanhou à beira do campo. Na entrevista coletiva, o técnico Fabio Carille o garantiu no time titular que pega o Botafogo, pelas quartas de final do Paulistão.
Romero tem 24 anos e está no Corinthians desde 2014, vindo do Cerro Porteño. Passou de 100 jogos com a camisa alvinegra. É o artilheiro da Arena Corinthians, com 17 gols marcados. Mas, desde que chegou, convive com a fama de grosso. Já deve ter ouvido e lido várias vezes que o Timão comprou o Romero errado - que o melhor é seu irmão gêmeo, Oscar, canhoto, hoje no Alavés, da Espanha. Ambos estiveram em campo pela Seleção Paraguaia na derrota por 3 x 0 para o Brasil, um dia antes, no mesmo estádio corintiano.
Romero já admitiu que seu principal trunfo não é a técnica, mas sim a disposição, a velocidade, a luta incessante, a entrega em campo, o faro artilheiro. E por mais de uma vez manifestou sua contrariedade contra o que considerava uma perseguição da crítica em relação a ele. "Eu ganho para fazer gol, me contrataram para isso, não para fazer malabarismo", disse.
Acho que o paraguaio vai, enfim, quase três anos depois de chegar, conquistando um lugar no coração dos corintianos. Apesar de nós, críticos, que o colocamos sempre como alguém para compor elenco, jamais titular.
As condições para se tornar ídolo em um time hoje são diferentes que 20, 30 anos atrás. O sarrafo baixou, porque a rotatividade hoje é enorme. Ficar três, quatro anos em um mesmo clube já é um feito e tanto. Mesmo jogadores que conquistam títulos importantes acabam tendo pouco tempo para criar um vínculo perene com o torcedor. Renato Augusto é um ídolo do Corinthians? E Fábio Santos? São grandes vencedores. Mas os olhos dos corintianos vibram com eles do mesmo jeito que quando ouvem os nomes de Neto, Edílson, Marcelinho, Rincón? Não tenho a resposta, tenho dúvidas.
Outras coisas além de títulos e categoria entram nesse balaio. Luis Fabiano é ídolo para sempre do São Paulo, embora sua coleção de taças pelo clube não encham uma nécessaire. Mas o hoje 9 do Vasco personificou o torcedor em campo em um período de jejum, e isso conta demais. A mesma coisa com Jorginho Putinatti, cracaço do Palmeiras da fila. Você deve lembrar de outros exemplos.
Romero tem ingredientes para se tornar aquele ídolo talismã, guerreiro, operário, porta-voz do "se não der na técnica, vai na raça". Biro-Biro, Tupãzinho, Ezequiel... São caras que encarnam em campo o sentimento do torcedor, que perdoará para sempre suas caneladas, até rirá delas.
Lembro você do que disse Ángel assim que aterrissou para viver em São Paulo, vindo de Assunção. "Sei tudo sobre o Corinthians. Tinha um sonho desde a infância que era jogar no Corinthians. Sempre com o meu irmão dizíamos que queríamos jogar no maior do Brasil, que é o Corinthians. E hoje estou cumprindo este sonho. Sabemos tudo sobre o Corinthians, sempre fui torcedor do Corinthians. Agora que defendo o Corinthians, defenderei essas cores até a morte".
Fonte: Maurício Barros
Viva Romero, filho de Tupãzinho com Biro-Biro
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