Gritaria no hotel, susto com goleada e sonho com o Corinthians. Conheça o primeiro brasileiro a desafiar o novo Milan
A contratação de quase um time inteiro para a nova temporada faz do Milan uma das grandes atrações do mercado europeu. Com novos donos chineses, o clube rossonero tem a missão de voltar a disputar a Champions League. Um dos caminhos é a Serie A, que a partir desta temporada dará quatro vagas para o principal torneio da Uefa. O outro é a Liga Europa.
A caminhada do Milan começa na próxima quinta-feira, contra o Universitatea Craiova, na Romênia, pela terceira fase preliminar. No time da casa, estará o meia brasileiro Gustavo Vagenin, de 25 anos. Gustavo, que vai para sua segunda temporada no clube, conversou com o ESPN.com.br e revelou que o clima no clube é de empolgação com o adversário ilustre.
"No dia do sorteio estávamos no hotel, acompanhamos juntos, ansiosos para saber quem era", conta. "Sabíamos que havia a chance de encontrar o Milan, o segundo maior campeão europeu da história. E quando saiu justamente o Milan, virou uma gritaria no hotel".
O confronto é ainda mais especial para Gustavo por sua carreira profissional construída em grande parte no futebol italiano.
Depois de passar pelas categorias de base de Corinthians e São Paulo e estrear profissionalmente no Pão de Açúcar (hoje Audax), o meia aceitou em 2011 o desafio de jogar na Salernitana, que recomeçava na Serie D (na época a quinta divisão) após ter a falência decretada: "Queriam renovar por três anos no Pão de Açúcar, mas eu tinha o sonho de jogar na Europa e aproveitei o fato de já ter o passaporte italiano"
Reerguida por Claudio Lotito, dono e presidente da Lazio, a Salernitana conquistou dois acessos durante a passagem do meia brasileiro por lá. Ele ainda vestiu as camisas de Lecce e Novara, mas foi no Messina, na temporada 2015/16, que deu o grande salto.
"Fiz oito gols entre janeiro e maio", lembra Gustavo. "A partir daí surgiu o interesse de clubes de outros países: Sheriff, da Moldávia, Hearts, da Escócia... Mas o projeto do Craiova me interessou mais. Ninguém imagina, mas o futebol romeno dá uma oportunidade e visibilidade importante. Estrutura muito boa, clube investindo bastante, tentando contratar na medida do possível. Não como o Milan, claro (risos)! Mas querem brigar por títulos".
Grande palco - O contato mais próximo do meia com o Milan havia sido nas arquibancadas de San Siro. Através de um amigo em comum com Stephan El Shaarawy, conseguiu ingressos para um dérbi entre Milan e Inter. Agora terá a oportunidade de pisar em um dos gramados mais famosos do mundo.
Antes, porém, há o jogo em casa. No modesto estádio Municipal, com capacidade para 20 mil pessoas e ingressos já esgotados. "Estão construindo um novo estádio, mais moderno, para 30 mil, mas só ficará pronto no ano que vem", afirma. "Vamos jogar com a nossa torcida e tentar fazer alguma vantagem no primeiro jogo. Se não acreditarmos em nós, quem vai?"
O time romeno pode apostar em uma preparação mais adiantada, tendo feito duas partidas pelo campeonato nacional, com uma vitória e um empate. Neste sábado, porém, o Milan mandou um recado ao golear o Bayern de Munique por 4 a 0 em amistoso. Gustavo admite ter ficado "um pouquinho preocupado". Ou melhor, "um pouquinho MUITO preocupado". Mas promete tirar a superação do apoio das pessoas mais próximas.
Um irmão que mora na Bulgária e uma irmã que estuda na Alemanha estarão no jogo, assim como um amigo brasileiro que já está hospedado na casa do meia. "Energia brasileira não vai faltar", promete Gustavo, que comemorou a contratação do técnico italiano Devis Mangia, ex-Palermo e seleção sub-21. "Temos afinidade e conversamos bastante. É bom um técnico com 'ideias italianas'".
Também italiano é o reforço mais badalado do Craiova para a temporada: Fausto Rossi, volante revelado pela Juventus e vice-campeão europeu sub-21 pela Itália em 2013. Rossi passou por clubes da liga espanhola e chegou a marcar o gol de uma vitória do Valladolid sobre o Barcelona, em 2014. Conta o brasileiro: "Eu o ajudo por falar italiano. Mesmo sem dominar totalmente o romeno, já dou entrevistas no idioma. É uma língua latina, se parece em algumas coisas com o italiano".
Se Gustavo voltaria para a Itália um dia? Só para jogar as divisões que nunca experimentou. "Quero voltar pela porta da frente, Série B, Série A. Mas também sonho em voltar ao Brasil, quem sabe mais pra frente?". Algum time em especial? "Meu time, o Corinthians, acompanho tudo daqui, dou meu jeito. Às vezes o horário não ajuda, mas dá pra ver pelo menos os melhores momentos".
Sonhos que podem ficar mais próximos se vier uma grande atuação contra o novo Milan. Quinta-feira é o dia.
Fonte: Leonardo Bertozzi
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