Quem segura o Bayern no retorno da Bundesliga?
Em 2 de novembro do ano passado, o Bayern de Munique foi goleado pelo Eintracht Frankfurt por 5 a 1 e demitiu o técnico Niko Kovac. Trinta e três dias antes, vencera de maneira inquestionável o Tottenham, em Londres, por 7 a 2 pela Champions League. Os dois resultados ajudam a entender os altos e baixos da equipe bávara sob o comando do técnico croata, algo que mudou bastante após sua saída e a efetivação de Hansi Flick.
O ex-assistente técnico de Joachim Löw na seleção alemã permaneceu na DFB por mais de dez anos - posteriormente como diretor esportivo. Chegou ao Bayern em julho de 2019 para trabalhar com Kovac, e poucos meses depois coube a ele a recuperação de um dos maiores clubes do mundo.
São 18 vitórias , um empate e duas derrotas somando todas as competições oficiais com Flick. Os quatro pontos de desvantagem para o líder Borussia Mönchengladbach na Bundesliga se tornaram quatro de vantagem sobre o Dortmund; a classificação para as quartas de final da Champions League está virtualmente garantida após o 3 a 0 na ida sobre o Chelsea, em Londres; na Copa da Alemanha aguarda a definição das datas das semifinais para encarar o Eintracht Frankfurt.
Tudo isso com alguns desfalques, recuperação de outros jogadores, trocas no time titular e subida de desempenho individidual dos atletas. O trabalho foi rapidamente reconhecido pela diretoria do clube, que optou por se antecipar ao final da temporada e assinou novo contrato com Hansi Flick até a metade de 2023.
Poucos meses atrás, esse cenário era absolutamente improvável. O futebol na Alemanha abriu 2019-20 em enorme equilíbrio. O Bayern tinha problemas com Kovac e seus adversários se aproveitavam muito bem. O Gladbach, do técnico Marco Rose, era uma das equipes mais bem organizadas em campo na Bundesliga. O RB Leipzig, sem surpresas, se manteve como um dos times mais fortes do país, com Timo Werner sendo a referência em campo. E o Borussia Dortmund, com um elenco jovem e bem comandado por Lucien Favre, provava que seria um forte concorrente.
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A recuperação bávara passa a impressão, agora, que não haverá mais disputa. Vimos isso acontecer diversas vezes nos últimos anos, com o domínio absoluto do Bayern na competição. Há indícios, porém, que isso não deve acontecer - por mais que o Bayern seja, sem dúvida, o maior favorito.
O Dortmund foi um dos times que melhor se reforçaram na janela de transferências, antes ainda do futebol ser paralisado pela pandemia de coronavírus. Erling Haaland causou impacto imediato e ascendeu como promessa mundial. Emre Can foi uma excelente contratação para o meio-campo, com técnica e experiência para ser um dos líderes da equipe. Por fim, Jadon Sancho, com 14 gols e 15 assistências na atual Bundesliga, vinha no melhor momento da carreira, assim como Achraf Hakimi.
Já o Leipzig perdeu fôlego e deixou impressão ruim antes da pausa. Nas dez partidas derradeiras, somou quatro vitórias, uma derrota e cinco empates, o que o manteve com 50 pontos - um a menos que o Dortmund e cinco atrás do Bayern. Há muitas dúvidas sobre como retornarão os times agora, mas os comandados de Julian Nagelsmann têm uma boa oportunidade para se recuperarem, liderados por Timo Werner e seus 21 gols até aqui.
Quem passou a correr por fora nessa briga pelo título é o Borussia Mönchengladbach, que liderou a Bundesliga entre a sétima e a 13a rodadas. Marco Rose, de ótimo trabalho anterior no Red Bull Salzburg, tem o elenco menos forte em mãos dentre os quatro primeiros colocados. Aposta na força coletiva e já provou isso em campo, com grandes atuações, além de alguns destaques individuais também, como é o caso do meio-campista Denis Zakaria.
É inevitável, de qualquer modo, colocar o Bayern no topo de qualquer lista de apostas para o título da Bundesliga. Todos os times alemães terão dificuldades na retomada da competição, afinal, os treinamentos, repletos de restrições, não são os ideais e os jogadores voltarão sem ritmo de jogo também - algo que é diminuído em uma pré-temporada com a realização de amistosos.
Mesmo assim, a paralisação serviu para o Bayern recuperar totalmente seu melhor jogador. Robert Lewandowski sofreu uma lesão no joelho esquerdo, na vitória sobre o Chelsea na Champions, e ficaria quatro semanas afastado dos gramados. Na prática realmente ficou, mas sem grande prejuízo técnico ao time, já que apenas mais três partidas foram disputadas pelos bávaros depois disso: 6 a 0 no Hoffenheim, fora de casa, e 2 a 0 no Augsburg, pela Bundesliga, além do triunfo por 1 a 0 sobre o Schalke, nas quartas de final da DFB Pokal. Muita gente talvez nem se lembre, mas o que o atacante polonês vinha fazendo era impressionante.
Outro que aproveitou a interrupção da temporada foi Thomas Müller. Com Hansi Flick o veterano atacante de 30 anos ganhou relevância na equipe. Passou a atuar muitas vezes centralizado, mais próximo a Lewandowski, e explodiu em números. Marcou seis gols - até aí nada demais - e distribuiu incríveis 16 assistências - líder na estatística. Em 7 de abril ele assinou extensão de contrato até 30 de junho de 2023.
Houve também notícias ruins relativas a outros jogadores. Philippe Coutinho, de oito gols e seis assistências na Bundesliga, operou o tornozelo direito em 24 de abril e corre o risco de não atuar mais na temporada. Por outro lado, Ivan Perisic, que fraturou um osso do tornozelo em fevereiro, já estará disponível a Hansi Flick.
A maior preocupação ainda é o combate à pandemia de coronavírus, mas todas as respostas sobre o desempenho dos times passarão a ser respondidas neste sábado, 16 de maio, quando a Bundesliga for retomada.
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