Ideias e sugestões para o Brasil melhorar o desempenho, que está ruim
"Esteve abaixo do seu padrão técnico, do seu normal competitivo".
A frase de Tite deixa clara a análise ruim do empate em 1 a 1 do Brasil com Senegal, nesta quinta-feira. Não evidencia, porém, o momento ruim da seleção brasileira. São três amistosos sem vitória e com atuações bem longe do ideal.
O treinador não se mostra acomodado, mas é necessário mais. Contra os senegaleses, um novo esquema tático foi testado, o 4-4-2, que faz mais sentido dentro das funções pensadas para os atletas, principalmente Neymar. Tite, porém, precisa de desapegar de alguns jogadores e algumas ideias.
Modestamente, sugiro alguns tópicos para debate.
A TÁTICA
Os primeiros dez minutos foram positivos. Boa movimentação, posse de bola, marcação alta e efetividade. O gol marcado por Roberto Firmino surge em jogada iniciada por Philippe Coutinho por dentro, com Gabriel Jesus quebrando a linha de marcação com drible e passe. A partir daí, Senegal foi superior.
A tática brasileira tem sido pensada ao redor de Neymar, por ser o melhor do time - e precisa justificar isso. Assim, o 4-4-2, com o atacante do PSG tendo liberdade de movimentação, faz muito sentido. Assim como o movimento de Roberto Firmino, saindo da área para armar e buscar tabelas.
Coutinho partindo da direita para dentro - o treinador já queria voltar a utilizá-lo aberto novamente - pode tirar o melhor do meio-campista do Bayern, que na Alemanha joga como meia avançado central no 4-2-3-1 de Niko Kovac. Permanece, também, como opção nessa função para Tite em variações durante os jogos. Foi assim por poucos minutos na segunda etapa diante de Senegal.
A partir daí, é necessário pensar em mais alternativas, Mudamos de tópico.
MAIS TESTES
O 4-4-2 precisa de sequência para evoluir. Ele "surgiu" porque Tite e seus auxiliares compreendem que o momento do time não é bom, por isso é necessário mudar. Pois bem, chegou a hora de ousar mais.
Casemiro não é peça obrigatória na escalação dentro desse sistema. No Real Madrid e no 4-3-3/4-1-4-1 da seleção usado até a Copa de 2018, o meio-campista tem função de primeiro homem no setor, mais recuado. Em linha ele pode atuar, naturalmente, mas não há a necessidade de se jogar semnpre com ele. Por que não pensar em Lucas Paquetá ao lado de Arthur contra adversários de médio ou pequeno porte?
A função defensiva, nessa ideia, contempla um meia ao invés de um volante. Linhas altas de marcação, controle do jogo a partir da posse de bola, qualidade nos passes, é possível pensar em um meio-campo sem o jogador desginado quase que exclusivamente para a marcação.
Ainda nessa posição, Fabinho merece mais oportunidades. Nesse caso, mantendo a ideia de um jogador mais forte defensivamente. E por que não Gerson, do Flamengo? Um ótimo exemplo de jogador ofensivo, talentoso, que executa muito bem a função sem a bola.
Felizmente Matheus Henrique ja foi testado, assim como Renan Lodi na lateral-esquerda, mas aí surge outro "problema".
ALTERAÇÕES RÁPIDAS E MAIS OUSADIA
Everton foi a primeira troca, aos 14 minutos do segundo tempo, e a mais óbvia também. Depois vieram Matheus Henrique, Richarlison e Renan Lodi aos 23, 27 e 34, respectivamente.
O primeiro tempo foi apático, depois dos dez minutos iniciais. O time voltou com outra postura do intervalo, sem dúvida, mas poderia ter retornado com mais. Mais audácia e velocidade em substituições podem ser o caminho. Renan já poderia ter voltado para a segunda etapa, uma vez que Alex Sandro não estava se destacando.
Com Coutinho aberto pela direita, flutuando como meia, o corredor pela esquerda precisa ser explorado. O próprio Matheus poderia ser uma opção a Casemiro e não Arthur, para deixar o meio mais criativo. Alterações para provocar algo novo no time.
A comissão técnica analisa os jogadores durantes os treinamentos também, mas as partidas são fundamentais nesse processo. Por isso as oportunidades precisam surgir, e há tempo para isso: faltam três anos para o Mundial, com uma Copa América pelo caminho em 2020, além das eliminatórias que começam em março.
VETERANOS
Tite tem plena consciência das idades avançadas de Daniel Alves e Thiago Silva. O zagueiro está com 35 anos e, ao menos, há boas opções de substituição. Aos 36 anos, a situação do lateral começa a preocupar bem mais. A excelente Copa América dele fez todos imaginarem a possibilidade de contar com seu futebol aos 39 anos no Catar. A transferência para o futebol brasileiro talvez obrigue mudança nos planos.
No São Paulo, Daniel não é lateral e, pelas entrevistas, não demonstra qualquer vontade de jogar nessa posição. Vai jogar muito mais nesse período, o que vai gerar bem mais desgaste também. O problema é que as opções são escassas.
Marcinho, do Botafogo, observado há alguns meses, foi o escolhido na atual convocação. Fágner e Danilo são os outros preferidos. É a posição mais carente do futebol brasileiro, mas é preciso agir rápido. Por mais que não seja um jogador espetacular, Danilo, aos 28 anos, talvez seja a melhor peça disponível.
Danilo mais fixo, com menos avanço, equilibraria a fase ofensiva tendo a esquerda para Renan Lodi avançar. Isso demandaria um atacante de velocidade, um contra um, pela direita, para completar a amplitude no campo de ataque. Everton, por exemplo, é uma alternativa bastante válida, com a possibilidade de, em situações de jogo, inverter com Coutinho e alterar o balanço ofensivo.
Enfim, é fato que o Brasil não está jogando bem. Como Albert Einstein já falou, "insanidade é continuar fazendo a mesma coisa e esperar resultados diferentes". Identifico na atual comissão técnica atitudes de mudança, mas a realidade tem exigido mais da seleção brasileira.
Fonte: Gustavo Hofman
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