No maior jogo de sua história, Villarreal busca frear evolução do gigante Manchester United. Tudo sobre a final da Liga Europa
Quem bate o olho no duelo que decidirá a Europa League nesta quarta-feira, em Gdansk, na Polônia, pode imaginar um confronto desigual. Afinal, se de um lado está o Villarreal, time de uma cidade com menos de 50 mil habitantes, 7º colocado do último Espanhol e ainda em busca do primeiro título de sua história em sua primeira final continental, do outro temos o atual vice-campeão inglês Manchester United, potência mundial que ostenta em sua sala de troféus nada menos que 68 conquistas nacionais e internacionais relevantes, com sete finais continentais na bagagem, das quais cinco vencidas.
As diferenças continuam quando se faz a avaliação dos nomes nos elencos de cada equipe: com um grupo bem mais caro do que aquele que conseguiu sua última conquista – justamente a da Liga Europa, em 2017, ainda com José Mourinho –, o poderoso United tem um elenco que vale hoje, de acordo com o site Transfermarkt, quase o triplo do que valem os jogadores da equipe espanhola.
Trata-se, porém, de futebol. Um esporte no qual cifras, estatísticas e história têm sua relevância, mas estão longe de determinar o que vai acontecer numa final, sobretudo se disputada num jogo único, possivelmente com prorrogação e disputa de pênaltis – porque será este o caminho se as duas equipes repetirem na Polônia aquele foi o placar nas outras quatro vezes que se encontraram em toda história: 0 x 0.
Veja os gols de Cavani
Caminho e técnicos
Para chegar ao tão aguardado jogo único, contudo, os finalistas tiveram que passar por duelos de ida e volta, enfrentando times importantes ou em bom momento no cenário europeu. O United, que entrou no mata-mata da Liga Europa após ser 3º no seu grupo da Champions League, eliminou Real Sociedad, Milan, Granada e Roma com uma campanha de 5 vitórias, 2 empates e só 1 derrota. O Villarreal teve caminho menos complicado, mas fez ainda melhor: chega invicto à decisão e, contando os jogos da fase de grupos, tem 12 vitórias e 2 empates, com os quais eliminou Salzburg, Dynamo Kiev, Dinamo Zagreb e Arsenal no mata-mata.
Arsenal que, vale lembrar, era a equipe anterior do técnico Unai Emery, hoje comandante do Villarreal e considerado uma espécie de Mr. Liga Europa: campeão três vezes com o Sevilla e finalista uma vez com o Arsenal, nenhum técnico no mundo treinou tanto (92 vezes) pela Liga Europa como ele. Sua contratação, aliás, teve a ver com a meta de conquistar a competição, cujo recorde de partidas disputadas (87) e gols marcados (151) é justamente do Villarreal.
No outro banco, engana-se quem imagina um desejo menor de conquistar o título baseando-se na gloriosa história de conquistas do United. A explicação foi dada pelo técnico norueguês Ole Gunnar Solskjaer em sua entrevista pré-final: “Reconstruímos este time ao longo dos últimos anos, e espero que este seja o recomeço de algo ainda maior. Noites assim são noites grandiosas para nós e podem ser o trampolim para um futuro brilhante”.
Para Solskjaer, que assumiu o comando da equipe (à época interinamente) em dezembro de 2018 e desde então teve diversos momentos de contestação do seu trabalho, a conquista do primeiro título como treinador pelo United (enquanto jogador ele chegou a vencer até a Champions) seria algo muito significativo, sobretudo por coroar uma temporada de inegável evolução na disputa da Premier League.
Portanto, se para o Villarreal o que está em jogo é o primeiro título da sua história e uma valiosa vaga na próxima Champions League que o faria desprezar a vaga na nova Conference League conquistada através do Campeonato Espanhol, ao United, além da conquista de seu 9º troféu internacional, o jogo vale a consolidação de um trabalho e, por que não dizer, de seu carismático e adorado treinador.
Veja os preparativos para a final!
Dúvidas e escalações
Com foco total na decisão desta quarta, Solskjaer poupou todos seus titulares e até um ou outro reserva na vitória sobre o Wolverhampton no domingo. Embora alguns ainda discutam quem será o goleiro contra o Villarreal, parece improvável que após a brilhante atuação na segunda semifinal contra a Roma o técnico saque De Gea (que tem jogado a Liga Europa) para promover a entrada de Henderson (o titular na Premier League).
A principal e séria dúvida, portanto, é sobre as condições físicas do titularíssimo zagueiro Maguire, que há duas semanas sofreu uma lesão no tornozelo. Ele tem trabalhado para ficar em forma visando a final, mas não participou dos treinos desta terça; se não tiver condições de jogo, Eric Bailly, ex-jogador do Villarreal, será o provável titular ao lado de Lindelof.
Pelo lado do Villarreal, a mesma questão sobre escalação do goleiro titular “da Liga Europa” ou “da liga nacional” é discutida, mas a exemplo do que ocorre com os ingleses deve prevalecer a manutenção de Rulli, o argentino titular nas semifinais contra o Arsenal – e autor de uma defesa essencial, já no final do segundo jogo, para que o clube enfim quebrasse a barreira das semifinais onde costumava parar nas competições continentais.
Se no caso do United a ausência de Maguire é provável, no do Villarreal o meia-atacante Samuel Chukwueze, machucado, é desfalque certo. Jeremy Pino e Moi Gómez são seus possíveis substitutos. Em compensação, o lateral-direito Foyth está de novo à disposição e pode voltar à equipe para auxiliar na difícil missão de parar as estrelas do United como Pogba, Bruno Fernandes, Cavani e Rashford.
Outro nome que volta a ficar disponível, este após cumprir suspensão por ter sido expulso na primeira semifinal contra o Arsenal, é o volante Capoue. Na frente, Bacca e Paco Alcácer brigam para ver quem será o parceiro de Gerard Moreno, o artilheiro, maior estrela do time e um dos melhores espanhóis (não à toa convocado para a Euro) da última Liga Espanhola.
Outro destaque do Villarreal, também este convocado para a Euro, é o jovem zagueiro Pau Torres, que não negou o favoritismo do Manchester United atribuído pelo seu próprio treinador para esta final. Mas que logo na sequência, depois de afirmar ser esta a partida mais importante da sua vida, fez questão de lembrar: “O Arsenal também era o favorito nas semifinais”.
PROVÁVEIS ESCALAÇÕES
Villarreal
Rulli, Foyth (Mario Gaspar), Albiol, Pau Torres e Pedraza; Jeremy Pino (Moi Gómez), Capoue, Dani Parejo e Trigueros; Bacca (Paco Alcácer) e Gerard Moreno. Técnico: Unai Emery
Manchester United
De Gea, Wan-Bissaka, Bailly (Maguire), Lindelof e Luke Shaw; Fred e McTominay (Greenwood); Rashford, Bruno Fernandes e Pogba; Cavani. Técnico: Ole Gunnar Solskjaer
Arbitragem: Clément Turpin, assistido por Nicolas Danos e Cyril Gringore (todos FRA)
Estádio e público: Energa Gdansk, em Gdansk (Polônia). Cerca de 4 mil torcedores, sendo 2 mil de cada equipe estarão presentes no estádio.
Horário (de Brasília) e transmissão: Fox Sports, 16h (Abre o Jogo a partir de 15h)
Siga @gianoddi
No instagram @gianoddi
No Facebook /gianoddi
No maior jogo de sua história, Villarreal busca frear evolução do gigante Manchester United. Tudo sobre a final da Liga Europa
COMENTÁRIOS
Use a Conta do Facebook para adicionar um comentário no Facebook Termos de usoe Politica de Privacidade. Seu nome no Facebook, foto e outras informações que você tornou públicas no Facebook aparecerão em seu cometário e poderão ser usadas em uma das plataformas da ESPN. Saiba Mais.