Como os Packers usam arma que já derrubou o MVP Tom Brady no Super Bowl em 2018
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O Green Bay Packers está a uma vitória em casa de voltar ao Super Bowl, 10 anos depois de sua última conquista. E para vencer o Tampa Bay Buccaneers de Tom Brady no próximo domingo, às 17h (de Brasília), em duelo com transmissão da ESPN e do ESPN App, a equipe de Wisconsin coloca sua fé no potente ataque liderado por Aaron Rodgers.
O triunfo do último sábado por 32 a 18 sobre o Los Angeles Rams, uma das melhores defesas da NFL, mostrou que essa unidade ofensiva consegue marcar pontos contra qualquer um. E uma parte importante do plano de jogo do técnico Matt LaFleur ficou evidente na rodada divisional dos playoffs: o run-pass option.
O tipo de jogada, que também é conhecida pela sigla RPO (de run-pass option), foi popularizada na liga em 2017 pelo Philadelphia Eagles, que bateu o MVP Tom Brady e o poderoso New England Patriots no Super Bowl LII enfiando 41 pontos, mesmo com o reserva Nick Foles no comando. Era um novo esquema fazendo um quarterback mediano ficar marcado na história.
Desde então, os RPOs se espalharam pela NFL e entraram nos livros de jogada de várias - se não todas - franquias. Mas os Packers certamente estão entre os maiores entusiastas: contra os Rams, uma em cada três chamadas ofensivas foi um run-pass option, segundo levantamento deste blog (24 de 70 jogadas, incluindo as anuladas por faltas e excluindo as 'ajoelhadas' do fim da partida).
Se os RPOs fizeram maravilhas para Nick Foles, imagina com o talento de Aaron Rodgers...
Mas o que é um RPO (run-pass option)?
O conceito de run-pass option é simples. No papel, ela é uma jogada de corrida e de passe ao mesmo tempo. A linha ofensiva bloqueia para abrir espaços ao jogo terrestre e o running back se movimenta para correr com a bola, enquanto um (ou alguns) wide receivers fazem rotas curtas para receber um passe. Cabe ao quarterback decidir, antes ou depois do snap, se entrega a bola para o running back ou se passa para o wide receiver.
No caso dos Packers, a maioria dos RPOs aconteceram em jogadas combinadas com um "screen" (passe curto para um jogador determinado enquanto os outros wide receivers abrem caminho bloqueando, num verdadeiro comboio). Rodgers tinha duas opções: entregar para o jogo terrestre ou fazer um passe curto para que seu alvo avançasse com bloqueadores pela lateral.
O camisa 12 provavelmente tomava essas decisões antes mesmo da jogada começar, simplesmente pelo posicionamento da defesa. Se houvesse mais jogadores próximos da bola, ele a passaria. Caso contrário, se houvesse mais defensores próximos dos wide receivers, ele entregaria para o running back.
Há ainda um outro elemento nos run-pass options de Green Bay: a movimentação antes da jogada começar, chamada de "motion". De maneira inteligente, o ataque desenhado por Matt LaFleur coloca o alvo dos passes curtos para cruzar o campo de um lado para o outro antes mesmo
do snap. Se alguém "largar" o meio do campo para segui-lo, os Packers correm pelo meio. Se a defesa permanecer no meio do campo, o passe rápido sai para a lateral.
Com esse tipo de chamada ofensiva, os Packers conseguem colocar a defesa em conflito muitas vezes por jogo, o que abre espaços para um jogo terrestre mais eficiente e permite também avanços curtos e seguros com passes que tem praticamente a mesma função das corridas. Tudo isso tirando a pressão de Aaron Rodgers, que não precisa resolver tudo com seu braço.
Contra Los Angeles, Green Bay ficou em situações de 3ª descida em 11 oportunidades (excluindo 'ajoelhadas' e field goal). Somente duas delas foram longas (para 7 ou mais jardas), sendo seis delas curtas (para 3 ou menos jardas), algo certamente ajudado pela eficiência dos RPOs.
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Imparável? Não é bem assim...
Desde 2017, as defesas da NFL correram atrás e encontraram maneiras de parar ou limitar os RPOs. Uma dessas maneiras, por exemplo, é tirar os defensores que protegem o fundo do campo e trazê-los para perto da linha, tendo superioridade numérica tanto pelo meio como pelas laterais.
O problema é que isso abre espaço para os passes longos, especialmente em play-action. E quando o quarterback é Aaron Rodgers, isso geralmente é fatal.
Tom Brady já teve problemas com esse tipo de adversário em 2017 e agora terá que contar com uma grande atuação de sua defesa, liderada por Devin White e Lavonte David, para poder conquistar a Conferência Nacional.
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