A era dos Browns na NFL - finalmente - chegou
7 de janeiro de 2018.
Depois de mais uma temporada fracassada, cerca de três mil torcedores do Cleveland Browns se juntaram para um desfile de "comemoração" pela campanha de 0-16 na temporada de 2017. Era um inacreditável passo atrás para a franquia que, um ano antes, havia vencido uma partida.
13 de março de 2019.
Se aquele mesmo torcedor que participou do desfile de um ano atrás dormiu cedo na terça-feira, ele provavelmente precisou de alguns minutos para entender o que aconteceu. Odell Beckham Jr. é, sim, um Cleveland Brown.
Sam Darnold, Josh Allen, Saquon Barkley. Os dias que anteciparam o draft de 2018 da NFL deixaram claro que os Browns teriam várias opções para a 1ª escolha. Mas só na véspera o nome de Baker Mayfield, vencedor do Troféu Heisman de 2017, apareceu.
E quando o general manager John Dorsey, que estava há alguns meses no cargo, teve seus poucos minutos para a definir a pick 1 do draft, ele não teve dúvidas: Baker.
Desde então, todo o processo dos Browns foi feito ao redor do novo quarterback, E quando ele entrou no lugar de Tyrod Tayler na Semana 3, contra o New York Jets, e liderou a primeira vitória da franquia em 635 dias, ficou claro: com Mayfield, Cleveland não seria mais uma piada na NFL.
Foram sete vitórias em toda a temporada - além de oito derrotas e um empate. E o principal para os fãs dos Browns: a esperança de chegar aos playoffs estava de volta.
O Cleveland Browns é um dos quatro times que nunca chegaram em um Super Bowl (Lions, Jaguars e Texans são as outras). Para uma franquia com tanta história, lendas como Jim Brown e uma das torcidas mais fanáticas da NFL, as derrotas incomodam ainda mais.
Afinal, tente se imaginar torcendo para uma equipe que não é campeã desde 1964 - ainda na 'era antiga' da liga -, não vence sua divisão há 30 anos e não foi aos playoffs nas últimas 16 temporadas - maior jejum de toda a NFL.
Mas toda a frustração dos fãs dos Browns se tornou empolgação em um espaço de meses, desde que Dorsey escolheu Baker.
Apesar de ter um quarterback como o fator central de toda a revolução que comanda em Cleveland, John Dorsey fez muito mais do que isso em pouco mais de um ano na franquia.
Ainda em 2018, ele demitiu Hue Jackson, técnico principal que teve campanha de três vitórias, 36 derrotas e um empate em pouco mais de duas temporadas no comando da equipe. Gregg Williams, então coordenador defensivo, assumiu o cargo e, com ele, os Browns venceram cinco dos oito jogos finais do ano.
Mas para 2019, Dorsey resolveu fazer mais uma troca: Freddie Kitchens, coordenador ofensivo interino que empolgou com Mayfield, ganhou a vaga de técnico principal.
Mas as mudanças não aconteceram apenas do lado de fora do campo.
Os Browns que, além de Mayfield, já contavam com os promissores Nick Chubb (running back), David Njoku (tight end), Myles Garrett (defensive end) e Denzel Ward (cornerback), além do confiável Jarvis Landry (wide receiver), viram uma brecha e atacaram o mercado.
A troca por Odell foi a cereja no bolo de uma offseason em que Cleveland também levou
Se olharmos para os rivais dos Browns na AFC Norte, é fácil entender o que fez Cleveland dar um all-in em 2019.
O Baltimore Ravens, atual campeão da divisão, perdeu boa parte de sua forte defesa com as saídas de Eric Weddle, Terrell Suggs, C.J. Mosley e Za'Darius Smith. O Pittsburgh Steelers foi praticamente obrigado a trocar Antonio Brown e viu Le'Veon Bell assinar com o New York Jets depois de se recusar a jogar em 2018. O Cincinnati Bengals, lanterna da AFC Norte na temporada passada, não fez grandes contratações.
A NFL é conhecida pelas rápidas reviravoltas de seus times. Mas Cleveland parecia ser a única equipe incapaz de fazer tais mudanças, de organizar uma reformulação que realmente funcionasse. Até agora.
Fonte: Matheus Zucchetto
A era dos Browns na NFL - finalmente - chegou
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